Pedro Nilo
não é poético dizer
que somos filhos das estrelas.
Não é poético dizer
que somos ecológicos.
É muito mais poético dizer
que a gente
é gente.
Que a gente sente, que a gente erra
e que herrar é umano.
Que como as estrelas,
[nossos pais? nossas mães?],
queremos implodir
e
queremos explodir
e
temos gravidade em nosso coração.
Temos tempo contado também.
E, de certo modo,
estamos tão sós.
Herdamos delas a
genética da solidão.
Qualquer que seja nosso brilho radiante
ele é bem,
bem,
bem menor
que a circundante
escuridão.