Na presença de familiares, amigos e autoridades, 49 novos juízes tomaram posse no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em solenidade realizada no auditório do Tribunal Pleno.
Entre os empossados, estava a itaunense Dra. Júlia Morais Garcia Pereira Guimarães, ex-aluna do curso de Direito da Universidade de Itaúna, que agora integra oficialmente o corpo de magistrados do Estado.
Em entrevista ao Jornal S’Passo, a magistrada afirmou que sempre teve como objetivo se tornar juíza. “Eu sempre quis ser juíza, desde criança. Me lembro de conversas com o meu avô, quando eu tinha seis anos de idade e ele me perguntou o que eu queria ser quando crescer e eu falei que eu seria juíza. Me lembro plenamente desse momento até hoje”, contou.
A escolha pelo curso de Direito veio naturalmente. “Foi sempre o curso que eu imaginei fazer. Meu avô é contador e advogado e ele sempre foi uma inspiração para mim. Nunca houve dúvida com relação ao curso de Direito e optei por estudar na UIT por já conhecer a reputação da instituição e por poder me manter em Itaúna. “A universidade sempre foi muito capacitada, sempre procurou trazer professores com muito conhecimento. Então, nessa parte, eu nunca tive qualquer problema.”
Segundo Júlia, entre tantos que contribuíram para seu crescimento, alguns nomes têm espaço especial em sua memória como Tatiana Marceline, Cintia Garabinni, Gregório Assagra, Marcos Penido, Paulo Mosconi e Giovanni Vinícius. “Cada um, à sua maneira, me inspirou e colaborou para que eu me tornasse não só uma profissional mais preparada, mas também uma pessoa mais consciente e comprometida com a ética e a justiça”.
Caminhada árdua
Júlia iniciou sua preparação para os concursos em 2013, após cumprir o requisito de três anos de atividade jurídica. “A grande estratégia foi entender como funcionava o concurso. No começo eu achava que era como uma prova da universidade, mas é muito mais complexo”, explicou. Para ela, o diferencial foi desenvolver um estudo estratégico. “Quando eu me atinei para isso, meus estudos foram muito mais proveitosos e foi quando eu comecei a ter êxito nas provas.”
O percurso, no entanto, também foi marcado por momentos difíceis. “Cada reprovação carrega sua história e frustração. Já reprovei em fases discursivas, só faltando ir para a prova oral, e isso dói muito. Você tem que recomeçar do zero novamente.”
Júlia ainda relembrou um momento marcante e doloroso durante uma dessas etapas: “Minha avó Edna faleceu no segundo dia de prova da segunda etapa do concurso de 2018. Ainda tinha mais um dia de prova pela frente. Foi muito difícil.”
Desafios na nova jornada
Para a Juíza, o maior desafio atual da magistratura no Brasil é reconquistar a confiança da população. “Estamos passando por momentos complicados, e a população vem desacreditando de todos os poderes. O grande desafio é esse: voltar à credibilidade nas instituições.”

Magistrada vai receber votos de congratulações
Em reconhecimento à sua trajetória profissional, Dra. Júlia Morais vai receber votos de congratulações da Câmara Municipal. A homenagem foi proposta pelo vereador Rosse Andrade (PL), que destacou a conquista da magistrada durante a reunião legislativa desta terça-feira (15).
O vereador ressaltou a importância do feito e apresentou a homenagem como forma de reconhecimento pelo trabalho e dedicação da nova juíza. “Dra. Júlia formou-se pela UIT e, desde então, seguiu carreira jurídica com atuação em diversas áreas do Direito. Sua nomeação como juíza marca um novo capítulo em sua trajetória profissional, o que traz não apenas visibilidade para seu campo profissional, mas também para a Universidade de Itaúna e nossa cidade, como polo educacional”, disse o vereador.