Encerra-se no próximo domingo (3) o período de visitação da exposição da fase antiga sobre os 140 anos da história do teatro de Itaúna, no Museu Municipal Francisco Manuel Franco, na Praça da Estação. A mostra que está em cartaz desde outubro de 2021 e que já foi vista por centenas de pessoas conta a história dos primeiros registros das artes cênicas, de 1877 a 1938, e também dos momentos vivenciados pelos artistas locais em performances de 1939 a 1974. Organizada pelo teatrólogo e médico Marco Antônio Lara, a exposição traz recortes de várias épocas através de fotos, cartazes, notícias, artigos e matérias jornalísticas, enriquecida com a publicação de um livro de 244 páginas, que foi lançado em setembro de 2021.
Durante esse primeiro semestre, após o retorno das atividades escolares presenciais, várias instituições levaram os alunos para verem a exposição fortalecendo o trabalho de educação patrimonial realizado com o projeto. Os professores puderam conduzir nas salas de aula discussões como a valorização da história do município, o reconhecimento de seus valores e temas importantes como as questões relacionadas ao patrimônio cultural material e imaterial. Várias turmas das escolas Estadual, Sesi, Anglo, Curumim e Dr. Augusto Gonçalves estiveram presentes e puderam se reconhecer pertencentes a esta história.
Neste mês de julho, a exposição atual será desmontada e dará lugar a uma nova abordagem com a fase terceira da história do teatro de Itaúna, iniciada em 1975 até os dias atuais.
A abertura da nova fase está marcada para dia 6 de agosto, como parte de um evento que vai movimentar o final de semana, na Praça da Estação. Nessa abertura, a Companhia de Teatro Itinerante vai estrear o espetáculo de rua “A Fantástica Saga do Rei Raul Contra o Monstro Belzebu”, com direção de Léo Souza.
A luta dos antepassados por uma cidade mais culta
Em entrevista ao Jornal S’PASSO, Marco Antônio Lara pontua que a proposta de resgate da história do teatro é a oportunidade de as novas gerações conhecerem um pouco do trabalho dos nossos antepassados que lutaram para que a cidade fosse mais culta e isso deve ser mantido. “A nova fase da exposição vem salientar exatamente isso, mostrando que houve uma preocupação em manter essa tradição cultural de Itaúna. A produção contemporânea é muito forte marcada pela conquista de um espaço importante, que foi o Teatro Vânia Campos, fruto da luta de várias pessoas. Hoje a cidade possui 4 teatros e isso é muito significativo”, opina.
Personagem de várias histórias
Como personagem atuante dessa nova geração, iniciada ainda nos anos de 1970, Marco Antônio avalia que os tempos são muito ricos e as artes cênicas dos novos artistas continuam emocionando plateias por todos os lugares onde se apresentam, em continuidade ao que se experimentou desde o final do século XIX. “Eu tenho uma satisfação muito grande de saber que eu atravessei essa produção, que vem de 1975 até hoje, onde eu participei da construção do Teatro Vânia Campos, da luta para a sua retomada e, depois, sua revitalização e tantos outros projetos posteriores. Eu me sinto muito feliz de saber que estou na galeria dos amadores do teatro de Itaúna”, comemora.