Fakes, hackers e golpes são práticas frequentes
e fazem vítimas nos ambientes digitais

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A ação de um hacker que teria movimentado mais de R$ 200 mil das contas da Câmara Municipal de Itaúna, no início desse mês, traz à tona os perigos e os cuidados com os ambientes digitais. Recentemente, um leitor do Jornal S’PASSO relatou que seu celular foi clonado e seus dispositivos de interação virtual foram utilizados por outras pessoas, inclusive com retirada de dinheiro da conta bancária. Há pouco mais de um mês o ex-prefeito Eugênio Pinto (DC) relatou em suas redes sociais que seu celular havia sido clonado e que estavam solicitando transferência de pix em seu nome.

A internet está relacionada à sociabilidade e à formação de “ambientes-comuns” do mundo virtual constituidos de e-mails, fóruns, conferências, bate-papos, arquivos de textos, wikis, blogs, dentre outros. Em todos eles, textos, imagens e vídeos podem circular sem censura e potencializar a comunicação. E com a grande exposição pessoal e compartilhamento de informações nas redes sociais, apareceram os bandidos digitais que estão sempre atentos aos mínimos detalhes fornecidos pelos próprios usuários das redes.

A chegada da pandemia da Covid-19 no início de 2020 fez com que o mundo virtual crescesse ainda mais. Muitas atividades que eram desenvolvidas de forma presencial estão sendo feitas à distância, através de celulares, computadores e outros meios eletrônicos.

De acordo com pesquisa elaborada pelo Cetic.br, Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, com o apoio da Unesco e do Comitê Gestor da Internet no Brasil, o Brasil chegou a 152 milhões de pessoas conectadas à internet, o que representa 81% de toda a população no país.

Vigilância sempre e atualizar softwares

Para o engenheiro de telecomunicações Thiago de Oliveira Bernardes, geralmente a ação de hacker numa instituição revela alguma falha de pessoas que atuam com o sistema nessas instituições. Segundo ele, é muito comum receber mensagens ou ligações em que o interlocutor se apresenta como uma pessoa comum que quer repassar informações e a maioria das pessoas as aceita. “A forma como você responde a essas abordagens é usada como sinal positivo para formalização de um contrato para uma operadora de telefonia ou um banco digital”, explica.

Na opinião de Thiago, a maneira mais segura para evitar esses golpes é ficar atento às interações e manter sempre atualizados os softwares dos celulares e dos computadores. “Pelo menos uma vez por mês o ideal é fazer as atualizações de segurança, porque existem dois tipos de invasões: uma é chamada de engenharia de segurança, quando hackers mais capacitados conseguem detectar falhas em códigos de programação. Outra é a de engenharia social, e a maioria dos golpes ocorre porque o próprio usuário passa informações sem saber que está sendo enganado. Para evitar a ação dos hackers mais espertos é preciso manter os softwares sempre atualizados. No caso dos computadores, usar o antivírus e dos celulares, atualizar o software dos fabricantes costuma ser suficiente. Também não é conveniente instalar programas de fontes desconhecidas, fora do play store”, pontua o profissional. 

Mais que conhecimento técnico, ações ilícitas usam habilidade de comunicação

Thiago Bernardes afirma que no caso da engenharia social em que muitos usam para obter informações de forma ilícita, as maneiras de agirem são muito comuns com ofertas de vantagens, de promoções e a maioria das situações solicita que o usuário forneça dados pessoais ou códigos do aparelho. “Geralmente esses códigos possibilitam que o Whatsapp, a conta do Instagram ou o Facebook sejam clonados. Os dados do próprio telefone são copiados e o código de autorização do acesso à conta bancária é disponibilizado com facilidade. “Mais do que conhecimento técnico, muitas ações ilícitas hoje são feitas com utilização da habilidade social e de comunicação”, ressalta.

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