Os moradores de uma parte da Avenida Governador Magalhães Pinto, em Santanense – cujas residências confrontam com a linha férrea –, estão se mobilizando para dar uma resposta à Ferrovia Centro Atlântica que impetrou na justiça a reintegração de posse dos imóveis deste lugar, vizinho da antiga estação ferroviária.
A FCA reivindica direitos sobre diversas casas residenciais e até comerciais da avenida. O presidente da Associação Comunitária dos bairros Santanense e João Paulo II, Luiz Henrique Machado, é um dos moradores do lugar e está indignado com a situação. Ele afirma que haverá uma audiência no dia 30 de novembro e que os ocupantes dos imóveis irão contestar qualquer ação, já que são os legítimos proprietários, alguns há mais de 60 anos. Ele reforça que não houve invasão de imóveis e que todos pagaram por suas casas e não poderão entregá-las agora a empresa.
O empresário Alexandre Maromba, diretor do supermercado Rena, que é um dos proprietários dos imóveis da Avenida Governador Magalhães Pinto, revelou ao Jornal S’PASSO que a ação judicial contra sua empresa existe desde 2002. “Não concordamos com ela e estamos contestando-a. A nossa defesa tramita no TRF, na segunda instância”, disse.
Em nota a VLI, como controladora da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), comunicou que “tem a atribuição – que lhe é dada pelos órgãos regulatórios – de identificar a existência de imóveis integralmente ou parcialmente inseridos dentro da faixa de domínio da ferrovia, considerados irregulares pela legislação federal. A companhia ressalta, contudo, que quaisquer ações decorrentes dessa qualificação se dão por intermédio do Poder Judiciário e que eventuais intimações e notificações são realizadas por oficiais dos órgãos judiciais. A empresa esclarece que, caso seja determinada a remoção pelo Judiciário, ela é feita por meio de diálogo entre o poder público e as famílias, para que seja encontrada uma solução que atenda a todas as partes.”