As forças de segurança de Minas Gerais estão ainda se mobilizando, numa greve que dura 19 dias, tentando convencer o governador Romeu Zema (NOVO) a rever a posição com relação aos vencimentos da categoria. Policiais penais, militares, civis, corpo de bombeiro, agentes socioeducativos e servidores dos setores administrativos estão nas ruas e nas redes sociais denunciando a política zemista que parece, não quer negociar. Eles reclamam que existe uma defasagem salarial de 50% anterior à pandemia da Covid-19 e que o chefe do executivo estadual prometeu uma correção em 2020, de 37%, em três parcelas: a primeira de 13% e duas de 12%. Diante das incertezas do cenário da época, a classe aceitou o reajuste em três vezes, mas depois de anunciar o pagamento da primeira parcela, de 13%, o governador rompeu o acordo e deixou os profissionais na mão. Ele mesmo vetou o projeto de recomposição salarial assinado por ele.
Agora, nas ruas, sem a atuação profissional cotidiana, os servidores que cuidam da segurança dos mineiros querem que o governador cumpra, pelo menos, o acordo de reajuste de 37%, bem distante da defasagem de mais de três anos. Durante todo o dia, na quarta-feira (9), em Belo Horizonte, milhares de profissionais, a categoria fala em 50 mil pessoas, estiveram presentes na Praça da Estação e na tarde de quinta-feira tentavam dar um rumo ao movimento depois de sentirem a má vontade do chefe do executivo.
O vereador itaunense Ener Batista (PSL), policial penal, contou ao Jornal S’PASSO, na manhã de quinta-feira (10) que ainda não havia nenhuma decisão oficial que viesse a atender os profissionais e colocasse fim às manifestações de greve. “Na minha opinião, parece que o governador Zema não está preocupado com a gente. Ele quer dar apenas os 10% de reajuste inflacionário. Não entendo; ele está parecendo muito tranquilo, confiante demais com a reeleição e com as pesquisas eleitorais. O Aécio Neves não venceu as eleições para presidente da República somente com a perda dos votos da cate goria dos professores por causa da chamada Lei 100, criada por ele como governador gerando estabilidade para uma parte dos servidores e julgada inconstitucional posteriormente. Agora o Zema está mexendo com todas as categorias e as demais já estão se mobilizando. O objetivo dele, e isso ele já deixou bem claro, é acabar com os servidores públicos. E com esses três pilares não se mexe: saúde, segurança e educação. Vai tomar uma invertida porque os servidores não estão satisfeitos com ele”, posicionou.