Garimpo (de saudades)

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Pedro Nilo*

passei Menino por tudo aquilo,

mas sabia

que um dia

seria só colocar uma música e sentir saudade.

                                                                       E rir.

E estender as mãos sobre o vazio,

como se fossem mãos.

como se fosse vazio.

E a música que toca

faz o mundo pesar e descer [despercebidamente]

, quebra o tempo e faz o passado ser presente,

o presente ser ausente,

ser ser assíduo resíduo

            de pretérito que já foi gente.

*PEDRO NILO é poeta, escritor e médico.