Gerente de Trânsito diz que intervenções nas vias da cidade são para coibir inúmeras mortes e acidentes

Cíntia Valadares fez explanação, respondeu vereadores e se comprometeu a estudar demandas em favor de melhorias do tráfego na cidade

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A gerente superior de Trânsito e Transportes de Itaúna, Cíntia Valadares, foi à Câmara Municipal no início dessa semana explicar o funcionamento dos radares de velocidade nos semáforos e outras mudanças no trânsito da cidade. Ela também aproveitou o encontro para contestar as críticas da oposição de que as medidas tomadas pelo setor que coordena, subordinado à Secretaria Municipal de Regulação Urbana, desde o início da gestão Neider Moreira (PSD), esteja criando uma “indústria de multas”, penalizando motoristas e outros condutores de veículos.

Cíntia Valadares fez uma longa explanação e depois respondeu os questionamentos da maioria dos vereadores. Todos eles elogiaram o trabalho da gestora, embora a oposição fizesse reparo ao chefe do executivo com acusações de que lhe falta vontade política para decisões como a criação da Guarda Municipal, muito antes e mais prioritária que a contratação de agentes de trânsito, cujo projeto de lei está em tramitação. Antes de falar da sua pasta, a gerente de trânsito mostrou a que veio, enfatizando que tem experiência na área – em teoria e prática – de mais de trinta anos. Sua formação acadêmica é em Direito e Pedagogia, com especialização em gestão de trânsito. Ela afirmou mais de uma vez, com grande ênfase, que as decisões tomadas para o trânsito e o transporte em Itaúna estão embasadas em estudos aprofundados e referendados por legislação específica de vários órgãos nacionais e estaduais, como Denatran, Contran e SNT. “Tudo que fazemos é fruto de muitos estudos, com uma equipe, ainda que pequena, muito atuante e experiente; e todas as atividades têm prestação de contas”, esclarece.

79 mortes nos últimos anos e mais de dois mil acidentes

A gerente de trânsito e transportes mostrou números da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Minas Gerais que apontam altos índices de acidentes de trânsito em Itaúna, com dezenas de mortes e centenas de outros danos para as pessoas e seus bens.

De janeiro de 2022 a maio de 2023 foram 2.150 acidentes em Itaúna, sendo 1.556 sem vítimas e 594 com vítimas. Em Itaúna, há registros de 79 mortes por causa de acidentes de trânsito de 2018 a 2022. A cidade conta com 70 mil veículos emplacados, para uma população de menos de 100 mil habitantes.

“É por causa desses números de acidentes, para mim absurdos, que o nosso trabalho na gestão do trânsito e do transporte tem realizado essas intervenções. Não podemos mais perder vidas para o trânsito. Os acidentes provocam, além dessas perdas irreparáveis, grandes danos para o patrimônio, prejuízos econômicos para as pessoas e a cidade. As pessoas têm que parar de beber e dirigir, têm que deixar de atender celular, enviar mensagens, enquanto estão no volante”, pontuou.

Oposição quer medidas educativas e menos punição

A Gerência de Trânsito vai continuar promovendo intervenções nos corredores de Itaúna e há projetos de instalação de outras faixas elevadas para pedestres em vias de grande movimento, como na avenida Gabriel da Silva Pereira, no Morro do Engenho; e na rua Ana de Faria Dornas, no bairro Morada Nova.

“Itaúna está crescendo, as ruas estão sendo asfaltadas, recebendo grande investimento de pavimentação, é necessário que sejam instalados equipamentos para coibir os excessos de velocidade”, justificou.

As críticas dos vereadores da oposição continuam batendo na tecla de que a Prefeitura está investindo numa “indústria de multas” e que deveria cuidar melhor de oferecer medidas educativas em vez de ações punitivas. Eles contestaram a informação da dirigente do setor de trânsito de que a Prefeitura ainda não tem como implantar a Guarda Municipal, que também servirá para fiscalização do trânsito, enquanto não houver estrutura administrativa e orçamentária. A lei que trata do assunto determina a contratação de 80 servidores para o trabalho. A oposição afirmou que a estrutura existe, inclusive com indicativo na Lei de Diretrizes Orçamentárias e que a guarda municipal pode começar a funcionar com efetivo menor e não com 80 agentes. “Falta vontade política”, criticou um dos vereadores contrários à administração.

Cíntia se comprometeu a ouvir as demandas e estudar com os técnicos o que é melhor para a cidade, como tem sido feito até aqui. “Nenhuma medida é tomada da noite para o dia, sem estudo, sem pesquisa e buscando o melhor para cidade, especialmente diminuir os números de acidentes”, salientou.