Em Itaúna ainda é tímida a participação feminina na política e em quase 120 anos de história, jamais tivemos uma mulher no comando da Prefeitura
O calendário aponta que o dia 3 de novembro marca a vitória das mulheres quando da instituição do voto feminino no Brasil, no primeiro governo Getúlio Vargas. A luta pela participação da mulher na vida política, como eleitora, primeiramente, foi iniciada no final da primeira década do século XX. São 90 anos de permissão do voto feminino, depois das ações e conflitos de mulheres, como a bióloga Bertha Lutz (1894-1976). No começo, os homens permitiram a participação feminina com algumas restrições: somente as mulheres casadas, com autorização do marido ou as solteiras com renda própria e as viúvas. Somente no ano de 1934 é que todas as mulheres conquistaram o direito ao voto. E foi quase 80 anos depois, em 2010, que uma mulher (Dilma Roussef, do PT) foi eleita pela primeira vez para a presidência da república.
Recentemente o Jornal S’Passo publicou uma matéria acerca da participação da mulher na política em Itaúna que é muito acanhada, não resta dúvida. De 26 partidos em atividade no cenário político local, apenas um é comandado por uma mulher. A lei eleitoral estabelece que no mínimo 30% das candidaturas devem ser do sexo feminino. Também há a obrigatoriedade, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de que os partidos direcionem 5% do Fundo Partidário para as campanhas de mulheres.
Uma mulher na liderança e três outras candidatas a vice-prefeita
Na história de Itaúna, em 119 anos de emancipação político-partidária, nunca houve uma mulher no comando da Prefeitura e a representação do sexo feminino na Câmara Municipal veio somente a partir dos anos de 1970 (uma, por mandato, à exceção dos dois últimos). Em quase 120 anos foram apenas 11 as mulheres no legislativo. Mas, segundo o historiador Miguel Augusto Gonçalves de Souza, em seu livro História de Itaúna, uma mulher foi candidata a vice-prefeita em 1966, na chapa de Sérgio Rocha. Trata-se de Wildes Olímpia Mendes. Na ocasião foram eleitos Antônio Dornas de Lima, prefeito e William Leão, vice-prefeito.
As eleições 2020 em Itaúna, com um eleitorado de 69.722, reafirmam a maioria feminina, com 51,9% dos eleitores contra 48% masculino, de acordo com dados do TSE. Das seis chapas majoritárias, uma é liderada por uma mulher, Otacília Barbosa (PV) e três outras tem como vice a representação feminina: Aurita Helena (na chapa de Jerry Adriane (PSOL), Gláucia Santiago (com Neider Moreira (PSD) e Marlete Gonçalves (junto com Marcinho Hakuna (PSL).