O aumento significativo nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Minas Gerais tem chamado a atenção de especialistas da saúde pública. Para o médico infectologista Unaí Tupinambás, professor e membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia de COVID-19 em Belo Horizonte, o cenário atual revela um comportamento atípico da doença em comparação aos últimos anos, o que exige vigilância redobrada e ação coordenada.
Segundo o especialista, a alta nos casos de SRAG não é apenas um reflexo do comportamento sazonal esperado. “Estamos, sim, diante de um aumento consistente nos casos, com tendência de crescimento em longo prazo”, afirmou. Essa elevação tem sido observada em diversos estados brasileiros, sendo Minas Gerais um dos mais afetados. Os dados mais recentes mostram que o vírus sincicial respiratório (VSR) é o agente mais prevalente, responsável por mais da metade dos casos analisados — 56,9%. Em seguida, aparecem o SARS-CoV-2 (35,7%), o rinovírus (25,5%) e o influenza A (15,7%).
O VSR, em particular, preocupa por sua agressividade entre os mais vulneráveis. “Ele pode ser muito grave, especialmente para bebês, idosos e pessoas com doenças pulmonares crônicas. É a principal causa de bronquiolite, que pode levar à morte em casos mais severos”, explicou Tupinambás.
A maioria das crianças, segundo ele, entra em contato com esse vírus até os dois anos de idade, o que reforça a importância da vigilância nesse grupo etário.
Frente a esse panorama, o médico reforça a importância da vacinação como principal medida de prevenção e mitigação de casos graves. “Os dois principais vírus responsáveis por óbitos por SRAG — Influenza A e SARS-CoV-2 — possuem vacinas disponíveis gratuitamente no SUS. Manter o calendário vacinal atualizado é fundamental”, alerta. A vacinação, embora não impeça totalmente a infecção, reduz consideravelmente a gravidade dos quadros e o risco de hospitalização.
Imunidade
Uma das hipóteses levantadas por especialistas para o aumento de casos de doenças respiratórias é o possível impacto da pandemia de COVID-19 sobre a imunidade da população, especialmente entre crianças que nasceram ou cresceram durante esse período.
“A exposição anterior ao SARS-CoV-2 pode conferir alguma proteção, mas a vacinação atualizada é essencial para garantir uma defesa mais robusta contra os casos mais graves”, disse o infectologista.
Além disso, há evidências de que novas variantes da COVID-19 estão circulando de forma mais silenciosa e contribuindo para os números de internação por SRAG, sobretudo entre idosos não vacinados. “Esses grupos continuam sendo os mais afetados e vulneráveis”, enfatizou Tupinambás.
O especialista destaca ainda os aprendizados deixados pela pandemia e que agora se mostram fundamentais diante do novo aumento de casos. “Valorizamos muito mais as campanhas de vacinação e aprendemos a combater o negacionismo. Medidas como o uso de máscaras e a redução de aglomerações seguem importantes, especialmente em unidades de saúde”, afirmou. O uso consciente dessas estratégias é parte do legado que fortaleceu o sistema de resposta a surtos, como o atual.
Em Minas, a criação do COE-Minas-SRAG e o funcionamento da Sala de Monitoramento são vistos como avanços importantes no enfrentamento da crise sanitária. Contudo, o médico ressalta que só o monitoramento não é suficiente. “É imprescindível reforçar as campanhas de vacinação, especialmente contra a influenza e a COVID-19, que continuam sendo as principais causas de óbitos por SRAG em adultos”, disse.
Por fim, o médico alerta para sinais já visíveis de sobrecarga hospitalar em diversas cidades mineiras. Para evitar um colapso do sistema, recomenda-se a retomada de medidas preventivas. “É fundamental reforçar o uso de máscaras em ambientes fechados e manter cuidados básicos, como a higiene das mãos e a etiqueta respiratória. Essas medidas simples são eficazes e protegem os mais vulneráveis”, concluiu.
O aumento significativo nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Minas Gerais tem chamado a atenção de especialistas da saúde pública. Para o médico infectologista Unaí Tupinambás, professor e membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia de COVID-19 em Belo Horizonte, o cenário atual revela um comportamento atípico da doença em comparação aos últimos anos, o que exige vigilância redobrada e ação coordenada.
Segundo o especialista, a alta nos casos de SRAG não é apenas um reflexo do comportamento sazonal esperado. “Estamos, sim, diante de um aumento consistente nos casos, com tendência de crescimento em longo prazo”, afirmou. Essa elevação tem sido observada em diversos estados brasileiros, sendo Minas Gerais um dos mais afetados. Os dados mais recentes mostram que o vírus sincicial respiratório (VSR) é o agente mais prevalente, responsável por mais da metade dos casos analisados — 56,9%. Em seguida, aparecem o SARS-CoV-2 (35,7%), o rinovírus (25,5%) e o influenza A (15,7%).
O VSR, em particular, preocupa por sua agressividade entre os mais vulneráveis. “Ele pode ser muito grave, especialmente para bebês, idosos e pessoas com doenças pulmonares crônicas. É a principal causa de bronquiolite, que pode levar à morte em casos mais severos”, explicou Tupinambás.
A maioria das crianças, segundo ele, entra em contato com esse vírus até os dois anos de idade, o que reforça a importância da vigilância nesse grupo etário.
Frente a esse panorama, o médico reforça a importância da vacinação como principal medida de prevenção e mitigação de casos graves. “Os dois principais vírus responsáveis por óbitos por SRAG — Influenza A e SARS-CoV-2 — possuem vacinas disponíveis gratuitamente no SUS. Manter o calendário vacinal atualizado é fundamental”, alerta. A vacinação, embora não impeça totalmente a infecção, reduz consideravelmente a gravidade dos quadros e o risco de hospitalização.
Imunidade
Uma das hipóteses levantadas por especialistas para o aumento de casos de doenças respiratórias é o possível impacto da pandemia de COVID-19 sobre a imunidade da população, especialmente entre crianças que nasceram ou cresceram durante esse período.
“A exposição anterior ao SARS-CoV-2 pode conferir alguma proteção, mas a vacinação atualizada é essencial para garantir uma defesa mais robusta contra os casos mais graves”, disse o infectologista.
Além disso, há evidências de que novas variantes da COVID-19 estão circulando de forma mais silenciosa e contribuindo para os números de internação por SRAG, sobretudo entre idosos não vacinados. “Esses grupos continuam sendo os mais afetados e vulneráveis”, enfatizou Tupinambás.
O especialista destaca ainda os aprendizados deixados pela pandemia e que agora se mostram fundamentais diante do novo aumento de casos. “Valorizamos muito mais as campanhas de vacinação e aprendemos a combater o negacionismo. Medidas como o uso de máscaras e a redução de aglomerações seguem importantes, especialmente em unidades de saúde”, afirmou. O uso consciente dessas estratégias é parte do legado que fortaleceu o sistema de resposta a surtos, como o atual.
Em Minas, a criação do COE-Minas-SRAG e o funcionamento da Sala de Monitoramento são vistos como avanços importantes no enfrentamento da crise sanitária. Contudo, o médico ressalta que só o monitoramento não é suficiente. “É imprescindível reforçar as campanhas de vacinação, especialmente contra a influenza e a COVID-19, que continuam sendo as principais causas de óbitos por SRAG em adultos”, disse.
Por fim, o médico alerta para sinais já visíveis de sobrecarga hospitalar em diversas cidades mineiras. Para evitar um colapso do sistema, recomenda-se a retomada de medidas preventivas. “É fundamental reforçar o uso de máscaras em ambientes fechados e manter cuidados básicos, como a higiene das mãos e a etiqueta respiratória. Essas medidas simples são eficazes e protegem os mais vulneráveis”, concluiu.