Instituto Santa Mônica comemora conquistas e se coloca na luta diária para que serviços sejam ampliados

Dia Nacional das APAEs, 11 de dezembro, traz reflexões sobre melhoria dos atendimentos e respeito aos direitos das pessoas com deficiência

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Essa semana foi comemorado o Dia Nacional das APAEs e Itaúna tem muito a comemorar pela criação e manutenção do Instituto Santa Mônica que, há décadas cuida das pessoas com deficiência com trabalhos de socialização, educação, arte, cultura e, claro, saúde. Quem conta um pouco da história da APAE de Itaúna e do Instituto Santa Mônica é Geórgia Mendonça, superintendente da instituição.

No início dos anos de 1950 surgiu um movimento que buscava direitos das pessoas com deficiências, que até então eram ignoradas e permeadas por preconceitos de uma sociedade ainda sem informações e estudos sobre a condição das mesmas.

Esse movimento é o das APAEs, que teve o dia 11 de dezembro como data comemorativa para lembrar da importância e da grande atuação de cada uma das entidades espalhadas pelo país. O movimento apaeano, como é intitulado pelos integrantes, possui uma característica de lutar incansavelmente pelos direitos destas pessoas, mesmo possuindo poucos recursos, e garantir a qualidade de vida e inclusão do público que é atendido pelas APAEs.

Projeto inovador para o Transtorno do Espectro Autista

Em Itaúna, a APAE desempenha as atividades há mais de cinquenta anos atuando na causa da pessoa com deficiência intelectual e/ou múltipla e com TEA – Transtorno do Espectro Autista. Em 2023, foram aproximadamente 800 pessoas atendidas pela instituição, que conta com cerca de 88 funcionários e é referência na região.

Recentemente a instituição participou no 27º Congresso Nacional das APAEs, em Maceió, quando a psicóloga Viviane Gonçalves Vilela apresentou um projeto inovador na área do autismo. O mesmo consiste na intervenção mediada pelos pais de crianças com transtorno do espectro autista (TEA) em um Serviço Especializado de Reabilitação.

A intervenção mediada pelos pais de crianças com TEA tem se tornado um modelo de tratamento em potencial, devido a sua contribuição para intervenção a tempo, menor custo e possibilidade de empoderamento parental. O objetivo deste estudo é analisar a efetividade da intervenção mediada pelos pais de crianças de 24 a 60 meses, com risco ou diagnóstico de transtorno do espectro autista, em um Serviço Especializado de Reabilitação no interior de Minas Gerais.

Tratamento para o autista, auxílio para os pais e responsáveis

No mesmo congresso, em Maceió, a superintendente Geórgia Mendonça foi uma das organizadoras do I Fórum Nacional das Famílias das APAEs e o psicólogo itaunense Ricardo Pimenta realizou palestra onde destacou a atuação da família no tratamento das pessoas atendidas pelas APAEs.

De acordo com a representante do Instituto Santa Mônica, as APAEs buscam sempre parcerias para garantir estes atendimentos e Itaúna possui uma difícil realidade, com longas filas de espera para receber atendimento especializado na área da saúde.

Antes da pandemia já existia uma fila de espera para atendimentos na área da saúde. Diante disso, para ajudar o município, a APAE procurou formas de ampliar os seus atendimentos oferecidos à pessoa com deficiência intelectual e/ou múltipla e autismo.

Além da ajuda da comunidade, a APAE de Itaúna conseguiu através do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência Pronas-PCD, do Ministério da Saúde, aprovar dois projetos que possibilitaram este aumento em seus atendimentos. O que foi de extrema importância, uma vez que, após a pandemia a procura por atendimentos intensificou muito. O Programa Nacional utiliza a dedução fiscal para a realização de projetos da saúde para este setor.

A APAE é um patrimônio de Itaúna

Com os recursos provenientes deste programa do Ministério da Saúde, a APAE de Itaúna conseguiu atender várias crianças que estavam na fila de espera e precisavam do atendimento especializado da instituição.

“É importante ressaltar que o público atendido pela APAE de Itaúna recebe atendimento multidisciplinar, para isso é necessário o envolvimento de vários profissionais da saúde. A APAE é um patrimônio do município, costumo dizer que ninguém planeja ter um filho com deficiência, mas acontece, assim como aconteceu comigo e pode acontecer com qualquer família. A APAE foi e é fundamental na vida do André meu filho com deficiência, na minha vida e da minha família, conviver com outras mães da APAE me ajudou a passar pelo processo de aceitação e logo depois me envolvi em um trabalho voluntário na instituição, me formei em fisioterapia e hoje trabalho na APAE de Itaúna na área de gestão. Hoje, sou uma militante no movimento das APAEs, descobri que nós, famílias unidas, podemos muito. Sei que ainda há muito para ser feito, já conseguimos executar alguns projetos, mas a luta continua, são muitas famílias chegando e precisando da APAE. Tenho certeza que juntos e com foco na missão da APAE, que é a defesa e garantia de direitos da pessoa com deficiência, iremos vencer os obstáculos. Ser mãe do André e do João me tornou uma pessoa melhor”, ressalta Geórgia Mendonça.