Itaúna entre as cidades com mais ocorrências de incêndio de Minas

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Com mais de 2,3 mil focos de incêndio detectados na última semana, o Brasil já acumula 226,6 mil registros detectados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. O número representa aumento de 76% na comparação com o mesmo período de 2023.

De acordo com os dados do Inpe, do total de focos detectados, 49,4% ocorreram na Amazônia. O Cerrado é o segundo bioma mais afetado em números absolutos com 32,1%. O Pantanal, embora tenha registrado 6% do total de focos do país, foi o bioma que observou o maior crescimento de incêndios na comparação com 2023: um crescimento de 1.240%.

De acordo com o governo federal, há 3.732 profissionais em campo atuando no enfrentamento aos incêndios florestais na Amazônia, Pantanal e Cerrado. Também foram disponibilizadas 28 aeronaves.

Em Itaúna a situação não é diferente, a cidade tem se destacado negativamente no cenário de queimadas de Minas Gerais, ocupando a 8ª posição no ranking estadual em setembro. A cidade está entre as 18 com mais ocorrências durante o período.

Somente nos últimos dias, já ocorreram incêndios e queimadas em áreas de preservação ambiental, como na Serra de Santanense, às margens da MG050, no Morro do Sol, Morada Nova e Novo Horizonte, bem como em diversos lotes vagos espalhados pela cidade.

Dados do 2º Pelotão de Bombeiros Militar de Itaúna, apontam um alerta preocupante: o ano nem terminou e o índice de incêndios na cidade aumentou em 114%. Isso porque de janeiro a dezembro de 2023, foram registrados 268 incêndios.

De acordo com a Cabo Luciana, do Corpo de Bombeiros, está sendo verificado um aumento expressivo, não somente na quantidade de ocorrências, quanto na proporção das mesmas. Somente entre os meses de maio a setembro deste ano, foram atendidas 571 ocorrências de incêndio, sendo que grande porcentagem destas ocorrências são de incêndio em vegetação, seja em lotes vagos, áreas de pastagem rural, às margens de rodovia, dentre outras situações. Algumas destas ocorrências perduraram por dias, demandando inclusive a necessidade de acionamento de reforço de militares de outras unidades.

“Passamos por um longo período de estiagem, em que a vegetação ficou muito seca, a temperatura consideravelmente aumentada e a umidade do ar permaneceu muito baixa, fatores que favorecem a propagação das chamas. É necessário a conscientização de toda a população, pois mesmo com a vinda dessa primeira chuva, a vegetação permanece seca e propícia a incêndios”, alerta.

Ainda conforme o Corpo de Bombeiros, este ano foram registradas mais de 24 mil ocorrências de incêndio em vegetação em Minas, número superior a todo o ano de 2021, quando foram registrados o maior número de incêndios florestais na história. Cerca de 80% dos incêndios são extintos nas primeiras 24 horas.

Punições

No mês de maio, um incêndio criminoso teve início em um lote vago no bairro Tropical em Itaúna. Imagens do circuito externo de casas próximas à região captaram uma mulher saindo do carro e atirando um objeto com fogo em meio à vegetação, no entanto, a mulher não foi identificada.

No mês passado, um homem de 30 anos foi preso por colocar fogo em vegetação. Esta foi a primeira prisão de alguém por fazer queimada este ano. De acordo com o Corpo de Bombeiros, as chamas se espalharam e queimaram uma área de aproximadamente três mil metros quadrados em uma área às margens do Km 94 da rodovia MG-050, entre Itaúna e Divinópolis.

O incendiário foi identificado pelo Corpo de Bombeiros. A Polícia Militar foi acionada e compareceu ao local para conduzi-lo até a delegacia.

Ao todo, 216 pessoas foram detidas suspeitas de provocar incêndios em Minas Gerais em 2024. Destas, 76 foram presas suspeitas de causar queimadas em áreas de vegetação nos últimos dois meses, de acordo com dados da Polícia Militar.

Segundo a porta-voz da Polícia Militar, major Layla Brunella, a maioria dos incêndios é causada por descuido e negligência. Já a Polícia Civil indiciou 91 pessoas por crimes de incêndio em áreas de vegetação neste ano. “Apesar das prisões, a maioria dos investigados responde ao processo em liberdade”, registra a Polícia Civil em nota.