Por meio do projeto “Mostra da Diversidade Cultural”, a Associação Filhote Team realizou na última sexta, 16/02, a “I Conferência Municipal de Afromineiridade e Culturas em Foco”, na Praça de Esportes CEPLT, no bairro Padre Eustáquio. O evento contou com a exibição da peça “Navio Negreiro”, que aborda a chegada de pessoas de diferentes regiões da África, sequestradas para serem escravizadas no Brasil e as condições desumanas às quais eram submetidas.
Para o idealizador do evento, é preciso relembrar a forma como os povos negros chegaram e foram tratados no passado, para entender como surgiram os movimentos culturais afrobrasileiros. “Tivemos a oportunidade de apresentar a peça ‘Navio Negreiro’ algumas vezes. É uma peça que prende a atenção dos espectadores porque uma coisa é ler ou ouvir a respeito, outra é poder ver a representação dessa crueldade bem diante dos seus olhos. É um teatro que traz uma reflexão de todo sofrimento e preconceito enfrentado pelos povos negros e também da importância da Capoeira na luta pela liberdade desses povos, entre outras coisas. O teatro é uma forma de transmitir informação por meio de uma visita ao nosso passado”, contou Denis Mariano, mais conhecido como Professor Filhote.
Além da exibição da peça, o evento também abriu espaço para debater o preconceito com os movimentos culturais afro-brasileiros. “Nós capoeiristas sofremos muito preconceito por falta de informação. Muitas pessoas associam a Capoeira à religião, o que é um equívoco. A Capoeira não tem religião. Quem tem religião é o capoeirista. E a Capoeira é inclusiva, ela não exclui ninguém, seja por cor, religião ou por alguma limitação física”, comentou Anderson Nascimento, mais conhecido como Mestrando “Sapão”, da Escola Abadá-Capoeira.
Secretário de Cultura anuncia Lei Aldir Blanc II
Durante o evento, o secretário municipal de Cultura e Turismo, Ilimane Lopes, anunciou novidades para os projetos culturais itaunenses. “Posso trazer aqui, em primeira mão, já que estamos conversando sobre as etnias culturais, principalmente em relação aos pretos ou negros, como preferirem, que tivemos recentemente uma reunião com o Secretário de Estado de Cultura, Leônidas de Oliveira, que trouxe uma grande novidade. Além dos projetos que já contemplamos recentemente com a Aldir Blanc, no ano de 2021, a Lei Paulo Gustavo e esse projeto da ‘Mostra da Diversidade Cultural em Itaúna’, agora trazemos uma grande novidade, que é a Lei Aldir Blanc II. Conseguimos aprovar o projeto e, desta vez, ampliar o número de cotas, para que 40% desse recurso seja direcionado, obrigatoriamente, para as culturas afrodescentes, pessoas de cor e as etnias que são minoritárias”, anunciou Ilimane.