Itaunenses investigados por participação nos atos de 8 de janeiro em Brasília estão sendo citados

Político da direita de Itaúna afirma que seu nome consta de um inquérito, mas que o mesmo se refere a um xingamento feito a Alexandre de Moraes, em áudio de dezembro

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São 550 os nomes de denunciados ao Supremo Tribunal Federal apresentados pela Procuradoria-Geral da República nos inquéritos contra pessoas acusadas de envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro em Brasília. Os inquéritos, de relatoria do ministro Alexandre de Moraes, foram instaurados para apurar a responsabilidade dos autores intelectuais e das pessoas que instigaram os atos e dos executores materiais dos crimes.

Com o recebimento das denúncias, os acusados respondem a ação penal pelos crimes descritos pela PGR, tornando-se réus. Na nova fase do processo, haverá coleta de provas, que inclui os depoimentos das testemunhas de defesa e acusação. Só depois o STF irá julgar se condena ou absolve os réus.

Indícios razoáveis

Por maioria, o colegiado seguiu o entendimento do ministro Alexandre de Moraes no sentido da existência de indícios razoáveis de autoria e da materialidade dos crimes. Para o relator, as peças apresentadas pela PGR detalharam adequadamente os fatos criminosos, com todas as suas circunstâncias, a qualificação dos acusados e a classificação dos delitos. Segundo o ministro, as denúncias permitem aos acusados a total compreensão das imputações formuladas contra eles, garantindo assim o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa.

Somente manifestações em Itaúna

Novamente informações que chegam ao Jornal S’PASSO, por fonte que não quis ter seu nome divulgado, apontam que em Itaúna existem várias pessoas que foram citadas nos documentos da PGR, se não como participantes diretos dos atos, mas como incentivadores e financiadores das manifestações contra a eleição de Lula (PT) à presidência da República.

O Jornal conversou com uma das lideranças da direita em Itaúna, o político Emanuel Ribeiro, e ele afirmou que não sabe de nenhum itaunense envolvido nos atos em Brasília no dia 8 de janeiro. Entretanto, revela que foi citado num inquérito por um áudio de WhatsApp em que xingou o ministro Alexandre de Moraes. “Esse áudio é de dezembro de 2022, eu estava em casa no dia 8 de janeiro”, esclarece.

O político lembra que outras pessoas de Itaúna foram vinculadas a essas ações em Brasília no início do ano de forma indevida e falsa, inclusive usando fotos e áudios, como se estivessem naquele local. As fotos e gravações revelaram que os manifestantes itaunenses estavam, na verdade, no “QG de novembro”, na rodovia em Itaúna.

Outro integrante da direita, do grupo Conservadores Cristãos, confirmou que alguns itaunenses, “pelo menos dois”, já foram citados pela justiça ainda durante a 11ª fase da Operação Lesa Pátria, que busca identificar todos os envolvidos nos atos golpistas na Praça dos Três Poderes.