O Jornal S’Passo continua nessa edição a publicação de entrevistas com os candidatos e as candidatas à prefeitura de Itaúna (e os seus (suas) respectivos (as) vices). Como informamos na edição anterior, a sequência de publicação das entrevistas foi definida por ordem alfabética do nome do (a) candidato (a) majoritário (a), previamente comunicado a todos. São as mesmas questões para os (as) seis, e em espaço igual.
Os terceiros entrevistados são Jerry Adriane e professora Aurita Helena, da coligação “Itaúna Pode Mais”, do PSOL/ PT.
Jerry Adriane é casado com Maria Regina e pai do Lucca. É filho de Pedro Teles e Maria de Lourdes. Nascido em uma família de comerciantes, foi no supermercado do seu pai que Jerry Adriane passou boa parte de sua infância e adolescência. É Formado em Letras e Bacharel em Interpretação Teatral, pela UFMG, com especialização em Gestão Cultural, pela Fundação Clóvis Salgado. Bancário desde 1989, Jerry Adriane é empregado da Caixa Econômica Federal há 31 anos, com destacada atuação no movimento associativo e sindical bancário de Minas Gerais e do Brasil. Foi Diretor Sociocultural da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal de Minas Gerais – APCEF/MG e diretor do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região, atuando na linha de frente de várias campanhas que trouxeram importantes vitórias para a categoria. Militante cultural ativo, Jerry Adriane é membro-fundador da Associação Cultural Vânia Campos – ACVC, e foi Presidente e Secretário do Conselho Deliberativo Municipal do Patrimônio Cultural, Artístico e Ecológico de Itaúna/MG – CODEMPACE.
1. Qual é a maior motivação para a sua candidatura a prefeito de Itaúna? Quais são os principais desafios que o próximo prefeito precisa assumir? E de que forma isso será viável?
Itaúna é uma cidade com muitas qualidades e potenciais! No entanto, a ganância de alguns grupos locais e sua tentativa de controlar tudo limitam o desenvolvimento e expansão da cidade. São grupos que, muitas vezes, agem para impedir que novos investimentos, inovações e negócios se instalem no município. Enquanto eles são privilegiados por negócios e favores junto ao poder público, o povo é colocado de lado.
Nosso desafio é romper essa lógica atrasada e inverter prioridades, aproximando o governo da realidade das pessoas, nos bairros. É construir com a população as soluções que ela precisa para a saúde, moradia, saneamento, transporte, educação, segurança, lazer e cultura.
É também construir oportunidades logísticas, fiscais e de infraestrutura que possam atrair investimentos produtivos e inovações para Itaúna, revelando novas vocações para o município.
Vamos promover uma revisão tributária que priorize o investimento produtivo. Desenvolver um amplo programa para a atração de investimentos e instalar nossa incubadora de empresas. Constituir frentes de trabalho e cooperativas para geração de emprego e renda. Lançar um programa municipal de microcrédito para o cidadão empreender, dentre outras ações.
2. Eleito prefeito, você irá assumir o mandato no ano em que o município comemora 120 anos de emancipação político-administrativa. O que isso representa para você? Qual é a alavanca do seu governo para a Itaúna do futuro?
Essa data marca a utopia e esperança daqueles que, em tempos idos, sonharam com a grandeza dessa terra e dessa gente. É esse o espírito que uma vez mais queremos resgatar: o de homens e mulheres que querem fazer valer a sua história, com suas próprias mãos, vencendo seus limites e realizando seus sonhos!
Para nós, a principal alavanca desse futuro é a educação de qualidade, a descoberta de novas vocações, a inovação tecnológica, amiga do meio-ambiente, e a redução de nossas desigualdades.
3. Em tempos de pandemia da covid-19 a cidade de Itaúna, vive, como outras cidades brasileiras, momentos difíceis em todos os níveis. Qual seria a reinvenção política do chefe do executivo amplo para devolver à população a confiança, a esperança e a motivação para as questões socioeconômicas e sociais da cidade?
Não há mágica! No nosso entendimento, o caminho é inverter prioridades, aproximar a administração das pessoas, nos bairros, na periferia da cidade, para cuidar mais da população.
É convidar todos, empresários, entidades, estudiosos e cidadãos para debater estratégias para o nosso futuro. Quais são, ou poderão ser, nossas novas vocações? Quais as obras prioritárias para viabilizar mais investimentos? Quais as parcerias possíveis entre o público e o privado para o fortalecimento da nossa economia? Como reduzir nossas desigualdades locais? São temas complexos e difíceis, mas que serão enfrentados por nós.
É também dar o exemplo: cortar mordomias, privilégios e benesses da alta administração.
Nesse período de sofrimento das famílias itaunenses e do povo brasileiro, em que muitos perdem entes queridos, ficam desempregados e fecham seus negócios, em momento algum vimos a administração local convocar a classe política e administrativa do município a fazer sacrifícios. Todos continuaram com seus altos salários e vantagens. Inclusive o prefeito, que tem um salário muito alto para os nossos padrões.
4. Um dos grandes problemas no município são políticas públicas voltadas para a cultura, o lazer e o entretenimento direcionadas, sobretudo, à juventude. Como o senhor pretende viabilizar a execução de projetos que atendam a essas demandas?
Em primeiro lugar, emancipando administrativa e orçamentariamente nosso setor cultural. Outra proposta é criar o Fundo Municipal de Cultura e transformá-lo em um instrumento de fomento. Também é levar a cultura para dentro das escolas, desenvolvendo projetos de apresentações teatrais, recitais, literatura, dança, artes plásticas e muito mais, de modo a gerar oportunidades para nossos artistas, e também qualificar nosso ensino.
Estamos convencidos de que, para promovermos a um novo patamar nossa produção cultural, precisamos construir um calendário permanente de apresentações, shows, festivais e outros. Regularidade é fundamental para estabelecermos um mercado produtor e também consumidor de cultura.
Com relação ao lazer, já passou da hora de viabilizarmos espaços públicos destinados aos jovens e às famílias itaunenses. Parques lineares, calçadões para a prática de caminhada, ciclovias, são algumas de nossas propostas para enfrentar essa demanda.
5. É possível que haja no município uma verdadeira participação popular na elaboração de políticas públicas para atender a um maior número de pessoas. O senhor concorda com isso? De que forma isto possa ser executado?
Claro que sim! Quando convidada a participar, a população sempre responde. Um de nossos compromissos eleitorais é justamente esse, ampliar a participação popular nas decisões administrativas. E o instrumento para tal é o orçamento participativo. Vamos construir uma sólida base de debates públicos que permitirão à população decidir, com qualidade, quais os investimentos prioritários em sua região. Nosso objetivo é consolidar um método que nos possibilite, ao longo do tempo, destinar recursos do orçamento municipal cada vez mais expressivos para essa finalidade.
Com relação a alguns outros assuntos mais amplos, vamos propor a democracia direta. A população vai decidir no voto.
6. O que representará verdadeiramente a figura do vice-prefeito no seu mandato?
Um novo patamar de participação e decisão. Chega de funções figurativas. Vamos trabalhar juntos por Itaúna.
A candidata a vice-prefeita professora Aurita
Aurita Helena nasceu em Bom Despacho, e reside em Itaúna desde os 6 anos. É professora licenciada em Ciências Sociais pelo Instituto de Ensino Superior e Pesquisa de Divinópolis – INESP. É servidora concursada da Prefeitura Municipal de Itaúna há mais de 30 anos. É candidata a um cargo eletivo pela primeira vez. Militante desde a juventude, iniciou sua trajetória no movimento estudantil. Ao lado do meu marido, o saudoso Marcos Antônio Pereira, dirigente do sindicato dos metalúrgicos de Itaúna, atuou nas portas de fábrica, ajudando na luta dos metalúrgicos pelos seus direitos. Assim que iniciou sua carreira de professora, passou a militar também no Sindicato dos Trabalhadores em Educação (inclusive na fundação do SIND-UTEMG no congresso de 1991).
1. O que dizer de sua candidatura à vice-prefeita? O que levou a essa escolha e como o seu nome foi colocado junto da coligação?
Gostaria de dizer que escolha do meu nome foi uma honra muito grande para mim. Eu sou moradora de Itaúna há muitos anos, aqui eu cresci, trabalhei como professora nas redes municipal e estadual, militei como educadora, no apoio à luta dos trabalhadores de um modo geral e dos metalúrgicos em específico.
Portanto, a escolha que o PSOL fez foi com base nesse histórico de militância. Tudo isso, dentro de um processo democrático de escolha no qual outros nomes também apareceram, nomes também muito importantes. Por isso tudo, para nós é motivo de orgulho estarmos juntos nessa caminhada, eu e o Jerry Adriane, concorrendo para administrar a cidade.
2. Eleita sua chapa, como você pretende atuar junto ao prefeito? O que você tem como propostas para a administração municipal na condição de parceira do chefe do Executivo?
A proposta do PSOL nunca foi apresentar uma mulher na composição de chapa apenas para ocupar uma posição figurativa. O que nós discutimos internamente é que seria um prefeito e uma co-prefeita, ou seja, na minha condição de mulher, de trabalhadora, de mãe, de liderança sindical que fui por muitos anos junto ao Sind-Ute, a ideia é a gente estabelecer uma parceria para um trabalho conjunto.
Essa proposta de administração municipal é uma só, prefeito e co-prefeita, para poder atender aos interesses dos trabalhadores e das trabalhadoras, da juventude, do povo da periferia da cidade, do povo mais pobre, tudo conforme o programa que nós construímos.
3. Na sua visão, quais são os principais desafios que a administração municipal irá enfrentar nos próximos quatro anos?
Os desafios que estão postos para nós nos próximos anos têm a ver com o que nós vamos herdar desse período.
O primeiro é a proteção da vida e da saúde das pessoas no que diz respeito ao contágio do COVID-19. Então, a nossa proposta é garantir às pessoas que elas possam manter sua quarentena para que não haja o aumento do contágio e, para isso, é necessária uma política pública que garanta alimentação para as pessoas e salário. Nesse sentido, nós temos propostas que vão ao encontro dessas necessidades.
Diferentemente do que o presidente da república e o governador do estado fazem, ao ignorar as 150 mil mortes que acontecem no Brasil, as quase 9.000 mil mortes em Minas Gerais, nós queremos fazer um governo que vai cuidar da saúde das pessoas, cuidar da vida delas, fazendo com que todo esforço econômico seja nesse sentido. Tanto amparando as pessoas mais pobres, sem renda, quanto também os pequenos e médios empresários que precisam de apoio para manter os seus negócios.
Segundo, tem a ver com o enfrentamento da crise econômica, que é geral, e dela deriva o grande número de desempregados.
É necessário que a prefeitura, a partir de seu orçamento, estabeleça como vai dar prioridade a obras públicas que possam gerar emprego; como var dar prioridade a garantia do pagamento dos salários dos servidores públicos que prestam serviços à população; a quais parcerias vai estabelecer para atrair novos investimentos. Essas são prioridades que nós queremos firmar com a população. Também uma política que estabeleça um diálogo com a juventude no que diz respeito à educação, à cultura, ao esporte e lazer, para que os jovens não fiquem a mercê de situações de vulnerabilidade social.
Jerry e Aurita são os únicos que representam a classe trabalhadora e o povo tão esquecido pelos políticos tradicionais de Itaúna! Para inverter prioridades e garantir a distribuição justa dos recursos e serviços publicos: JERRY é AURITA #Vote50 .