Jovens mulheres à frente de grandes iniciativas empresariais

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Já vai longe o tempo em que era excepcional a notícia de que uma mulher ocupara um cargo de poder em Itaúna, funções destinadas exclusiva­mente para os homens. Houve um tempo em que a Câmara Municipal era lugar somente para homens, os vereadores. O tempo passou e foi eleita uma mulher para o legislativo. Por muitos anos a presença feminina no parlamento foi de apenas uma representante. Hoje são três, uma delas ree­leita. As outras duas são jovens estreantes na política. E Itaúna hoje conta com a presença feminina na Polícia Civil, no Judiciário, na direção de empresas e na condução de negócios jamais imaginados para elas. As mulheres estão pilotando motos, ônibus, caminhões e máquinas pesa­das, cuidando de fazendas, de comércios e do lar, atuando na construção civil, e não somente como engenheiras, nas fábricas e ocupando car­gos de chefia nos serviços públicos.

Um capítulo à parte da emancipação feminina em Itaúna é a atuação de jovens no ramo do empreendedo­rismo. As meninas itaunenses estão se mostrando no mundo dos negócios com dinamismo e competência inusitadas para a sua idade. Muitas delas não chegaram ainda aos 30 anos.

Sílvia Monteiro, da Isla: direitos de igualdade e liberdade

A jovem Sílvia Monteiro explorou algumas áreas cria­tivas até compreender sua verdadeira paixão e vocação: a moda. A itaunense passou pelas áreas de publicidade e arquitetura até entender que sua visão estética poderia ser valiosa na direção criativa de estilo. Em 2007, por não encontrar em acessórios nacionais o design diferen­ciado que procurava, Sílvia decidiu criar uma pequena produção independente de bolsas, onde poderia ia traba­lhar texturas e shapes com os quais sempre sonhou. Naquele momento nascia a Isla. Pela aceitação imediata do mercado, a empreende­dora decidiu transformar aquela ideia em um negócio.

A Isla hoje já expandiu muito além da linha festa, a qual concedeu à marca o renome imediato e conta com um mix completo de bolsas que vão desde a praia até o dia a dia. Em 2020, incrementou o portfólio de produtos com uma linha de bolsas feitas arte­sanalmente de forma susten­tável através do uso de resí­duos têxteis, aplicando as mais elaboradas técnicas de tecimento manual, firmando um compromisso com a sus­tentabilidade, a inclusão social de mulheres através do incen­tivo dessa mão de obra local.

Sílvia vê que o papel da mulher hoje na sociedade é totalmente irrestrito, pleno, conquistado após muitas lutas pelos direitos de igual­dade e liberdade. “Hoje podemos fazer nossas pró­prias escolhas e somos res­peitadas por isso”, define.

Florence da Florais de Minas

As irmãs Florence e Ignis Vasconcelos Marques, filhas dos empresários e terapeu­tas florais Breno Marques e Ednamara Vas­concelos, hoje cuidam da Florais de Minas. A empresa, pioneira no Brasil, foi fundada há mais de 30 anos por Breno e Ednamara, que trouxeram para Itaúna a terapia floral do médico britânico Dr. Bach. Hoje, por meio de suas ações empreendedoras, a família dá seguimento ao negócio, bus­cando imprimir caráter inovador, erudição e sofisticação nas pesquisas.

Para Florence Marques Vasconcelos, o papel da mulher na sociedade atual é abrangente e repleto de significado. “É um privilégio para nós sermos mulheres e, principalmente nos momentos em que vivemos, a nossa missão é reforçar a nossa força sem perdermos nossa essência. Temos a natureza amorosa e zelosa, uma atribuição extremamente forte que nós mulheres cultivamos. É a partir dessa nossa origem que buscamos direcionar nossa empresa: a Florais de Minas. A nossa finali­dade é consolidar e divulgar as pesquisas da Terapia Floral, atuando tanto nos campos científico quanto intuitivo e sutil, amparados em referências e estudos registrados por gran­des pesquisadores e filósofos da antiguidade aos tempos atuais”, destacou.

Ana Laura, da Ammis

Ana Laura Penido era arqui­teta até encontrar-se com sua verdadeira vocação, de desig­ner de moda. Hoje, através da Ammis, Ana Laura veste as mulheres com um estilo con­temporâneo e sofisticado. A jovem itaunense é formada em arquitetura pela UFMG e ainda estudante abriu uma loja de designer de interiores em Belo Horizonte, em par­ceria com a conterrânea Gláucia Britto. Depois de um tempo, a paixão pela moda falou mais alto e ela resolveu migrar pra este mercado. Foi quando surgiu a Ammis. “A moda é uma paixão que envolve muito trabalho, dedicação e amor. E com a marca há 10 anos no mer­cado temos muitas ideias e muitos planejamentos para os próximos anos”, conta.

Ana Laura afirma que a mulher está conquistando o espaço que ela merece e tem direito. “Podemos ver isso com as mulheres assumindo a liderança de grandes empresas, assim como governos em vários países. Isso também pode ser obser­vado no esporte, nas artes e noutras iniciativas da socie­dade. Nós mulheres temos a capacidade de desempenhar a função de empresária, mulher, mãe, esposa… esta­mos mostrando o que quere­mos e podemos”, ressaltou.

Júlia Flávia Dias Alves Resende tem 28 anos. É casada, mãe de duas filhas e formada em Odontologia. Longe do consultório de den­tista, ela criou a Lafit, uma indústria de alimentos saudá­veis, sem glúten, sem adição de açúcar, zero lactose e sem adição de conservantes. Atu­almente, a empresa está pre­sente em 15 estados do Bra­sil, com cerca de 500 pontos de vendas e com projeto de expansão para os EUA em andamento.

Para Júlia Flávia “a mulher consegue ter uma visão plu­ral de tudo e se movimentar nas mais diversas funções com uma destreza ímpar. As definições já ultrapassadas sobre funções femininas caem por terra aos termos tantas mulheres que admi­ramos em cargos de respon­sabilidade e destaque. Defi­nições de “ou é empreendedora ou cuida da família” já não fazem sen­tido hoje, já que a mulher contemporânea transita em diferentes ambientes e exerce papéis distintos”.

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