A limpeza do Rio São João com um grande projeto de desassoreamento realizado pela Prefeitura promete diminuir as inundações nos períodos de chuvas intensas, como o que aconteceu no final de 2021 e no início desse ano. As obras estão sendo feitas pelas secretarias de Infraestrutura e Serviços e Regulação Urbana e consistem em aprofundar a calha do rio, retirada de bancos de areia e resíduos sólidos diversos, além da limpeza do leito e das margens. Segundo técnicos do governo, o desassoreamento consiste na limpeza do local, retirando a sujeira da água, como os resíduos, pedaços de árvores e arbustos das margens. Com a limpeza, é possível devolver ao reservatório a capacidade natural de armazenamento de água, bem como a vazão correta, sem que haja o risco de transbordamento. A obra teve início na ponte sobre o Rio São João, na BR-431, no bairro Morro do Engenho e será finalizada na rua Santa Maria, no bairro São Judas Tadeu, totalizando 5,2 quilômetros.
Alteração da paisagem
No entanto, a obra, em toda a extensão urbana do Rio São João, tem sido criticada por causa do corte de árvores, o que segundo críticos transfigurou o cenário da avenida que era verde e florido. Com a mesma força que as máquinas limpam o leito do rio, outros equipamentos mutilam as plantações antigas do lugar.
As reclamações têm sido constantes, de pessoas simples e autoridades, que avaliam que as ações da Secretaria de Infraestrutura e Serviços não precisavam ter sido tão destruidoras. Por outro lado, a Vigilância Superior de Meio Ambiente afirma que foi necessário arrancar as árvores, plantadas de forma irregular e que serviam de obstáculos para a operação das máquinas de limpeza. “O Rio São João vai ficar mais limpo e as margens mais abrangentes”.
Em entrevista ao Jornal S’PASSO, o dirigente da Vigilância de Meio Ambiente, Marcelo Augusto, explicou que por enquanto não é possível estabelecer exatamente qual o aumento da vazão do rio. No entanto, o ponto positivo é que com a retirada de objetos como lixo, pedaços de madeiras e areia, a calha hoje poderá suportar um volume maior de vazão, com mais segurança. Assim, ele salienta que o risco de inundações é muito menor.
Mais do que críticas, muito apoio
Sobre as críticas pelos cortes de árvores, o dirigente do Meio Ambiente afirma que toda crítica faz parte de um processo democrático e de participação da comunidade. E são também legítimas quando se trata de uma atividade do município. “O que é importante é também saber ouvir. O processo ainda não acabou. Mais do que críticas, também estamos recebendo muito apoio, principalmente de quem teve o imóvel inundado. Ninguém vive bem com insegurança. O que estamos fazendo dará mais tranquilidade, além de ser um importante movimento ambiental para o rio, já que estamos retirando resíduos. E no final, iremos colocar uma vegetação adequada no local”, salienta.
Plantio de espécies adequadas
Marcelo Augusto enfatiza que se a ação visa minimizar os impactos do período das chuvas, é importante ressaltar que naturalmente haverá alteração da paisagem e momentaneamente mudança no aspecto visual do rio, por causa da movimentação do material decantado. “Importante salientar que o trabalho está sendo acompanhado de perto pelos órgãos competentes e com todos os atos autorizativos necessários para esta finalidade”, explica.
Marcelo reafirma que ao contrário do que muitas pessoas estão falando, o corte de árvores não irá agravar os problemas de inundações. “Pelo contrário, as águas agora terão como correr melhor e, ao final do processo, haverá o plantio de espécies adequadas para o local”, reforçou.
OLHO
Números
Foram 10.4 km lineares com desassoreamento nas duas laterais.
– 1.623 viagens realizadas
– 157.516m³ (metros cúbicos) transportados
– 55.130m³ (metros cúbicos) de material desdobrado
– 212.646m³ (metros cúbicos) retirados do leito e das margens do rio São João, o que representam 48.202 toneladas.