Um médico itaunense, que pediu para não ter o nome divulgado, encaminhou ao Jornal S’PASSO uma mensagem informando que o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais recebeu ontem, (18) e já teria dado seguimento e providências a um novo indicativo de greve dos plantonistas do Pronto Socorro da Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Souza Moreira. Respondendo ao questionamento feito pela reportagem, o médico, que atende naquele no hospital, afirmou que mais uma vez a instituição vive momentos de grave crise financeira e que os profissionais estão dispostos a parar as atividades por falta de pagamento de salário, que estão novamente em atraso.
A decisão dos médicos será levada à Promotoria das Fundações e ao prefeito Neider Moreira (PSD) numa audiência na próxima segunda-feira (21). O prefeito confirmou o encontro e sinalizou que a situação é realmente preocupante, com indicativo de que poderá haver mesmo a paralisação.
Na direção do Hospital, o administrador da instituição, Belmiro Filho, disse à reportagem que até o momento não havia sido informado “oficialmente deste contexto”.
Para o médico que trouxe a informação ao Jornal S’PASSO, e que há muitos anos trabalha no Hospital, a situação é “de colapso insolúvel”. Na avaliação dele o caminho para resolver o problema financeiro da instituição seria a redução do atendimento do Hospital para se adequar à arrecadação. “Ainda mais num momento em que observamos a ampliação de novas estruturas de saúde na cidade que já captam parte da fatia que gera movimento e receita hospitalar, que são as cirurgias de conveniados e particulares. Já é praticamente impossível conseguir plantonistas para nosso Pronto Socorro. Precisaremos dar um passo atrás, para dar dois à frente no futuro”, sugere.
O representante do Conselho Regional de Medicina, médico Alessandro Bao Travisani, reafirmou à reportagem o encaminhamento nesta sexta-feira (18), da carta dos plantonistas que realmente não estão recebendo salários. A correspondência é clara e pontua que “o objetivo é solicitar o pagamento dos honorários em atraso dos médicos, assegurar os pagamentos futuros e informar sobre a paralisação dos atendimentos não enquadrados em urgência e emergência a ser iniciada 15 (quinze) dias após a entrega deste.
Segundo o documento, “… o corpo clínico decidiu em reunião a paralisação dos atendimentos não urgentes e o desligamento da escala de plantões em 15 dias, a contar da entrega deste informe, caso as necessidades dos colaboradores não forem contempladas. Feita tais considerações, dúvidas não restam quanto a necessidade da regularização dos pagamentos referentes aos honorários dos médicos plantonistas bem como assegurar que os pagamentos futuros serão feitos em tempo hábil, dentro da data prevista e já acordada sob pena de paralisação dos atendimentos não enquadrados em urgência e emergência”.