O Ministério Público recebeu denúncia sobre a retirada do acervo do Museu Municipal Francisco Manoel Franco e instaurou procedimento na 3ª Promotoria de Justiça, com apoio da Coordenadoria de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico do MPMG. Após inspeção foi constatado que, em razão de reforma do museu, o acervo foi retirado e encaminhado para outros prédios e que ainda não houve retorno ao edifício de origem. No momento, a Promotoria de Justiça aguarda parecer técnico que será encaminhado pela Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Proteção do Patrimônio Cultural para avaliar providência a ser tomada.
Inaugurado na antiga estação ferroviária em 18 de setembro de 1992, no Museu ficavam em exposição peças de um acervo permanente, reunidas ao longo dos anos e garimpados graças a doações particulares. Depois de uma grande reforma há dois anos, objetos como os retratos dos ‘tipos populares’, tirados pelo fotógrafo Osvaldo, nas décadas de 1960 e 1970, peças que contam a história do comércio, da indústria têxtil e de eventos religiosos e artísticos da cidade, foram levadas para outros espaços e, segundo denúncias feitas na Câmara Municipal no ano passado, estão mal acomodadas com risco de serem danificadas de forma irreversível.
No final de 2020, a Prefeitura concluiu a revitalização do Museu e o transformou num ambiente moderno, destinado a exposições itinerantes, instalando no prédio um café. Até há poucos dias estava acontecendo ali a exposição da história antiga do Teatro de Itaúna, com fotografias, recortes de jornais, cartazes e programas de espetáculos de mais de um século de artes cênicas.
Secretário de Cultura não se manifesta
O secretário de Cultura e Turismo, Ilimane Lopes não havia respondido à reportagem, até o fechamento desta edição, acerca da denúncia do MPMG. Noutra ocasião, quando o Jornal S’PASSO publicou reportagem sobre o acervo do Museu, Joe afirmou que o espaço estava abandonado quando o prefeito Neider Moreira (PSD) assumiu e que providências estavam sendo tomadas para dar melhor proteção às peças, até que profissionais especializados fossem contratados para recuperar objetos e direcioná-los a um lugar mais apropriado, para exposição permanente.