O médico Drauzio Varella disse outro dia que um dos grandes erros dessa pandemia foi a classificação de grupos de risco para o coronavírus, feita pelas autoridades sanitárias. Ele lembrou que quando surgiu a Aids, houve a rotulação dos homossexuais como o grupo de risco primário e, por causa disso, outras pessoas fora dessa classificação, como prostitutas, usuários de drogas injetáveis, entre outros, contraíram a doença por acreditarem que não precisavam se cuidar. Hoje, com a Covid-19 positivando pessoas indistintamente, sabe-se que não se pode apontar este ou aquele extrato da população como propenso à contaminação. Assim também, com relação à vacinação, as autoridades políticas e sanitárias vão tomando consciência de que a ordem de prioridade para a imunização, talvez não tenha sido feita de maneira correta.
Na Câmara Municipal, terça-feira passada (11), o vereador Gleison Fernandes (PSD), propôs o encaminhamento de uma indicação ao prefeito Neider Moreira (PSD) e ao secretário de Saúde, Fernando Meira, solicitando agilidade na vacinação de profissionais que prestam serviços nas casas de terceiros, como empregadas domésticas, cuidadores de idosos, diaristas, além de técnicos de laboratórios de análises clínicas, agentes funerários, servidores do município que trabalham nos cemitérios, entre outros.
No início dessa semana aconteceu uma mobilização dos coletores de material reciclável e de lixo, reivindicando a vacinação imediata para esses profissionais, além de garis e outros que trabalham nas ruas. Em Itaúna, a coordenadora da Associação Nacional dos Catadores, Madalena Duarte, apelou para que as autoridades ouçam o pedido deles de ter prioridade na imunização. Segundo ela, a necessidade urgente da vacinação se dá devido ao fato deles estarem nas ruas, em contato com todo tipo de pessoas, lidando com lixo, expostos muito mais à contaminação pelo tipo de atividade que exercem.