Na última semana, o Jornal S´Passo destacou a situação dos moradores da comunidade do Recanto dos Colibris, local mais conhecido como Mamonal, que enfrentam problemas diários devido à ausência de sistemas de captação pluvial, de água e esgoto.
A falta de infraestrutura remonta a 2005, quando a prefeitura aprovou vários loteamentos, impondo aos empreendedores a responsabilidade de implementar as redes de água, esgoto e energia elétrica. Contudo, muitos desses projetos não cumpriram as exigências do poder público, incluindo o loteamento Mamonal, onde os lotes foram vendidos sem as mínimas condições de infraestrutura.
Atualmente, o maior desafio da comunidade é a falta de um sistema de esgoto adequado já que muitas casas dependem de fossas secas, que exigem manutenção constante, serviço que tem se tornado cada dia mais caro.
Após o caso ser levado ao Ministério Público, no ano passado, a administração do ex-prefeito Neider Moreira (PSD) firmou um acordo com a maioria dos moradores, que se comprometeram a instalar fossas sépticas biodigestoras, para realizar o tratamento primário do esgoto doméstico, impedindo que os efluentes de banheiros, chuveiros e pias sejam despejados diretamente na natureza.
Divisão entre moradores
Moradores que não participaram da reunião que formalizou o acordo, se dispersaram nos últimos meses e formaram um movimento contrário ao pacto firmado. Este grupo buscou apoio do vereador Alexandre Campos (MDB), que visitou a comunidade e levou a questão para a Câmara na última semana.
O vereador então, solicitou que a prefeitura, junto com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto, realize obra de captação e construa uma estação de tratamento de esgoto na região. A proposta ainda sugere que os custos da obra sejam rateados entre os moradores através da conta de água.
No entanto, foi aconselhado pelo Presidente da Câmara, Antônio de Miranda, que os moradores da comunidade cumpram o acordo feito anteriormente, garantindo a instalação dos biodigestores sépticos, com recurso próprio. O cumprimento do acordo, segundo Toinzinho, vai garantir a possibilidade de parcerias-privadas em obras na região.
Posicionamento
“O Mamonal é uma região pela qual temos muito carinho e que possui 52 processos de regularização fundiária. A ideia é resolver os problemas da população junto com o Legislativo e o Ministério Público”, afirmou o vice-prefeito em entrevista ao jornal.
Neto afirmou que o processo está sendo analisado e que, após o cumprimento do acordo, será avaliada a possibilidade de transformar a Reurb Especial em Reurb Mista, o que garantirá a futura atuação do poder público em parceria com a comunidade.
Atendimento médico
Outra demanda dos moradores é que eles precisam caminhar cerca de 3 km para ter acesso a atendimento médico na Várzea da Olaria. Porém, a partir do próximo mês, a comunidade contará com atendimento por meio de uma unidade móvel de saúde, um ônibus do PSF, que ficará estacionado ao lado da portaria do Pesque e Solte do Thomás que fornecerá energia elétrica para ligar os equipamentos do ônibus e atender os moradores da região.
Desde 2016 o fornecimento de água para a comunidade era realizado por apenas um hidrômetro central, de forma irregular. Como a instalação não era registrada em nome de um titular, o SAAE não conseguia realizar a cobrança dos moradores. Em 2019 a obra foi entregue e custo de R$ 350 mil, rateado entre os 115 sitiantes.
