Por causa da falta de água, principalmente nos últimos dias em que o calor se intensificou na cidade, moradores da comunidade do Sumidouro lotaram a sala de reuniões do SAAE na tarde de quinta-feira (28) para cobrar uma posição da autarquia sobre o problema. Dezesseis pessoas da localidade, acompanhadas do vereador Lacimar Cezário (PSD), o Três, estiveram no SAAE e foram recebidos pela diretora geral da autarquia, Alaíza de Queiroz Andrade e pelo gerente superior técnico de operações, Renato Resende. A indignação dos moradores do Sumidouro com a situação foi manifestada em diversas falas numa reunião que durou quase duas horas.
A comunidade, como outras da zona rural, não tem abastecimento direto do SAAE, e, também não possui um poço artesiano para auxiliar no atendimento. No Sumidouro existe um reservatório com capacidade para 40 mil litros e a água que serve à comunidade vem de caminhões-pipa, duas vezes por semana, com capacidade para 10 mil litros, insuficiente para suprir as necessidades da população.
Alguns moradores afirmam que vivem há anos o problema de desabastecimento que acontece durante vários dias. Segundo eles, a água que chega no reservatório não é suficiente para todos, principalmente para os que moram em pontos mais altos. E a tentativa do SAAE tentou de perfurar um poço artesiano no local não foi bem sucedida. “A realização deste serviço é dispendiosa, burocrática e custa em torno de R$ 150 mil a construção de um poço artesiano. Primeiro é preciso encontrar um lugar em que exista previsibilidade de encontrar água, estudos geológicos devem ser feitos para isso e se confirmando, buscar autorização do proprietário do terreno e do IGAM (Instituto Mineiro de Gestão das Águas). O processo é muito moroso”, justificou Renato Resende.
“Não queremos saber de problemas do SAAE, queremos soluções para a comunidade”
Para a senhora Silvânia Venâncio Guimarães, uma das lideranças da comunidade e das mais penalizadas com o problema da falta de água, “as pessoas não querem saber quanto custa a instalação de um poço artesiano, o valor de um caminhão pipa, a construção de um reservatório e o tempo que essas ações serão realizadas. A comunidade quer saber quando é que o problema será resolvido”.
Ela revelou que tem ligado com frequência para o SAAE, ido na Prefeitura, buscado toda forma de mostrar que a situação do Sumidouro é lamentável, com famílias passando vários dias sem água para as necessidades básicas. Para a reunião no SAAE ela solicitou a ajuda do vereador Três e convidou a reportagem do Jornal S’PASSO. Ela afirmou que, assim como o marido, está doente, necessitando de água para tomar banho, cuidar da casa e na maioria das vezes não tem. A fala da sra. Silvânia foi endossada por Antônio Francisco de Lima: “queremos é água na caixa d’água”.
Para o cidadão Emerson Camargos Rodrigues, “o SAAE tem dinheiro e muito, é uma autarquia rica, tem que resolver o problema da população, que paga impostos, inclusive as contas de água e esgoto”.
“Precisamos ser práticos e objetivos. O que teremos?”
Raquel Fonseca, também moradora do Sumidouro, pediu a palavra depois de muitas discussões, com acusações dos moradores e a defesa feita pela diretora Alaíza e o técnico Renato, e afirmou que as reivindicações precisavam ser encaminhadas, com alguma decisão concreta. “Precisamos ser práticos e objetivos. O que teremos de fato?”, cobrou.
Lacimar disse que vai continuar cobrando o SAAE
A diretora geral prometeu estudar a viabilidade da construção de um outro reservatório no Sumidouro, continuar pesquisando um local para perfurar um poço artesiano e, de imediato, a solução é ampliar o abastecimento com mais viagens do caminhão-pipa, não somente duas vezes por semana.
O vereador Lacimar pediu que a comunidade tivesse agora um pouco de paciência para as soluções que irão demandar mais tempo. Afirmou que irá continuar cobrando do SAAE o encaminhamento das medidas mais imediatas.