Moradores e comerciantes do bairro Alaíta e Chácara do Quitão se queixam de mau cheiro de esgoto

Obras inacabadas do projeto SOMMA e descaso com o ribeirão dos Capotos seguem como causas do problema

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A história se repete. Após denúncias de moradores do bairro Santanense na semana passada, agora são os comerciantes do bairro Alaíta, nas imediações da Chácara do Quitão e da Avenida JK, que relatam o forte mau cheiro causado pelo despejo de esgoto no ribeirão dos Capotos. A situação, que perdura há anos, gera desconforto, prejuízos ao comércio local e riscos à saúde pública. 

“É impossível trabalhar com esse cheiro horrível. Já perdi clientes que entravam na loja e saíam com o nariz tampado. Parece que ninguém faz nada”, reclamou o comerciante Paulo Mendes, proprietário de um comércio na região. 

Quem faz caminhada ou trabalha na região também relata o desconforto constante. O odor, descrito por moradores como “insuportável”, está mais forte nas últimas semanas, especialmente após dias de calor intenso. Além do odor desagradável, há relatos sobre aumento de moscas, pernilongos e baratas, o que agrava ainda mais a situação sanitária da área. 

Segundo moradores, a origem do problema continua sendo o lançamento irregular de esgoto diretamente no leito do ribeirão dos Capotos, que corta bairros como Aeroporto, Garcias, Chácara do Quitão, Alaíta e Santanense. As fortes chuvas entre 2021 e 2022 agravaram o cenário, destruindo parte dos emissários da rede de captação de esgoto e provocando o transbordamento e acúmulo de dejetos em áreas residenciais e comerciais. 

SAAE informa que está fazendo licitação para resolver o problema 

A reportagem entrou em contato com o SAAE, que informou, por meio de nota, que está preparando a licitação para intervenções nos trechos mais afetados do ribeirão, incluindo justamente as regiões de Santanense e Alaíta/JK. As obras, segundo a autarquia, envolvem a recomposição de trechos da rede de captação do esgoto que integra o projeto SOMMA. 

De acordo com o SAAE, parte da estrutura foi danificada durante a limpeza do leito do ribeirão realizada pela gestão municipal anterior. A autarquia destacou ainda que, com as variações no nível da água, especialmente em épocas de chuva, é comum o aumento da intensidade do mau cheiro.