Moradores voltam a denunciar depósito de material da Prefeitura na Reta de Santanense

Sujeira e barulho incomodam a comunidade e provocam doenças; Setor de Meio Ambiente reafirma a necessidade do serviço neste local, que não oferece riscos e que está funcionando dentro das normas de segurança

0
164

Novamente chegaram à redação do Jornal S’PASSO reclamações contra o depósito de material da Prefeitura instalado desde o ano passado na Avenida Dr. Miguel Augusto, na Reta de Santanense. O assunto veio à tona na Câmara Municipal logo nos primeiros dias de sua instalação e, de lá para cá, têm sido constantes as reclamações de que a terra ali depositada e os caminhões que trafegam durante todo o dia – e parte da noite também, de acordo com moradores – estão causando problemas de saúde e muito incômodo.

“Muita poeira, muito barulho de caçambas de caminhão, muita sujeira e ameaça constante ao leito do rio”, diz uma moradora que trouxe a denúncia ao Jornal. Ela relata que os moradores foram enganados, pois quando o depósito iniciou foi falado que ali seria destinado para um loteamento popular para construção de imóveis do programa “Minha Casa Minha Vida”.

“Muitos moradores que ouviram isso disseram que seria “minha casa, minha morte”, pois a gente sabe que quando o rio enche a água vem até o asfalto”. O local foi fechado e as pessoas que estão indo lá para denunciar, têm dificuldade de acesso.

“Estamos no último grau da loucura com isso aqui. Estou com problema de alergia por causa do pó, a casa não para limpa, não podemos nem colocar roupa para secar lá fora porque suja tudo. E tudo, para eles, está legal, nada está errado. As denúncias que vão ao Ministério Público não conseguem nada, porque está tudo correto. E o rio? Está a uns dois metros para entupir o rio, isso não é um problema?”, enfatiza a morada que não quis se identificar.

Gerência de Meio Ambiente

Na Gerência de Meio Ambiente, órgão da Secretaria Municipal de Regulação Urbana, Marcelo Nogueira respondeu os questionamentos do Jornal S’PASSO, explicando que o depósito de materiais básicos como areia, tijolos, manilhas, aduelas, pedras britadas etc., foi instalado na Reta de Santanense desde que a área da Prefeitura, nas proximidades do batalhão do Corpo de Bombeiros –  denominada Fazenda da Chácara – foi vendida. Ali era realizada a atividade de depósito de materiais básicos e, como não tinha mais o imóvel, “a Prefeitura precisava encontrar uma área com localização privilegiada e de fácil logística, para facilitar o atendimento das obras públicas que são realizadas. Portanto, considerando que a área localizada às margens da Avenida Dr. Miguel Augusto Gonçalves preenchia estas condições, o depósito foi instalado naquele local”.

Material livre de contaminação

A terra que está sendo colocada nesse depósito é oriunda da limpeza e desassoreamento dos córregos e ribeirões da cidade, bem como material vegetal, também da limpeza dos recursos e das capinas e podas realizadas pela Prefeitura. “Todo este material, terra e resíduos de capina e poda, é livre de contaminação”, pontua Marcelo.

Sobre a possibilidade desse material ser levado pelas chuvas para o leito do Rio São João, o responsável pelo Meio Ambiente respondeu que não há este risco. “Esta informação não procede. O local, já em funcionamento, passou por chuvas no passado e não ter houve registros de ocorrências desta natureza”, afirma.

Por fim, Marcelo Nogueira afirmou que as reclamações dos moradores “são tratadas pela Gerência de Meio Ambiente com a mesma transparência que estou te informando” e que “toda a área está sendo monitorada e operada a fim de evitar impactos ambientais e importunação do sossego público”.

“Não há depósito de lixo neste local”

Marcelo acrescentou que o depósito não está servindo para descarte de lixo, como algumas pessoas têm falado. “O local não serve para destinação de lixo de nenhuma espécie, isso é mentira e prejudica significativamente a administração pública, bem como os trabalhos”, enfatiza.