Motoristas reclamam do “verdadeiro caos” no trânsito de Itaúna

Principais desafios são na região Central, com desrespeito à legislação e falta de educação nos corredores com maior fluxo de veículos

0
691

Nos últimos dias, o Jornal S’Passo tem registrado um aumento significativo de denúncias e reclamações relacionadas ao trânsito de Itaúna. Diversos motoristas, de carros e motos, e até mesmo pedestres, têm expressado indignação com a situação caótica do tráfego na cidade.

As críticas não se limitam apenas ao desrespeito às normas de trânsito, mas também abrange questões mais complexas como a demarcação com cones e caixotes de estacionamentos nas portas de comércios, a falta de respeito com as faixas de pedestres e, principalmente com as áreas demarcadas para o uso de idosos e deficientes. Estacionar nessas vagas, sem as devidas credenciais, é uma infração grave e uma afronta àqueles que realmente necessitam dessas vagas. 

O problema tem se tornado frequente e uma prática comum na cidade. Tanto que, vários itaunenses já enviaram fotos à reportagem de veículos estacionados em locais proibidos ou muito próximos das esquinas, o que dificulta a visibilidade e a segurança dos motoristas e pedestres; motos ocupando vagas de carros e caixotes e cones “guardando vagas” principalmente em frente a varejões. “Há poucos dias quase colidi com um carro que estava estacionado há menos de um metro da esquina próxima ao Cartório Eleitoral”, conta o motorista José Geraldo Oliveira. 

Demarcação de vagas

A postura irresponsável dos condutores tem resultado em bloqueios de locais para estacionar, como é o caso dos cones colocados de forma indevida em vagas de estacionamento, próximas às portas de estabelecimentos comerciais. A prática é mais comum do que se imagina, gerando mal-estar entre comerciantes e consumidores, que se veem privados do direito de estacionar.

Outro ponto crítico envolve o fechamento de vagas em passeios, prática de alguns estabelecimentos comerciais para garantir mais espaço para seus clientes, que prejudica, principalmente, a acessibilidade de pedestres. A falta de fiscalização nesse aspecto é motivo de queixas nas redes sociais, com moradores pedindo mais rigor no cumprimento das normas de urbanismo e mobilidade. 

Os polêmicos radares

Os radares são uma ferramenta importante para fiscalizar o cumprimento das normas de trânsito, mas a instalação em excesso, tem gerado desconforto para os motoristas. Um dos alvos de mais reclamações é o radar próximo à entrada do Hospital. Internautas apontam que, na pressa para socorro de pacientes, o equipamento sequer é notado, “gerando automaticamente multas exorbitantes”. 

“Talvez seja mais prudente instalar uma passagem de nível, ampliar a sinalização e, quem sabe, até alterações nas faixas de pedestres para garantir a segurança de quem trafega por ali, incluindo pacientes e acompanhantes”, indicou um profissional que trabalha no Hospital. 

Outra alternativa indicada pelos motoristas é o aumento do limite de velocidade de 40 para 60 km/h, em pontos estratégicos como em frente ao hospital, no início da Avenida JK e na subida da Rua 13 de maio. 

Sem ordenamento 

A Praça Luiz Ribeiro e a rua Manoel Correia, nas proximidades do Supermercados ABC, também têm sido alvo de reclamações. O grande fluxo de veículos tem determinado que o trânsito fique congestionado, causando transtorno para motoristas e pedestres.

Outro ponto de congestionamento, alvo de reclamações, é a rotatória da Silva Jardim, em frente ao posto Delta. O grande volume de veículos, especialmente em horários de pico e a falta de ordenamento do trânsito têm causado constantes acidentes no local. 

Obra questionada

O cruzamento da Avenida JK com a Rua Albino Santos, em frente ao Supermercados BH, também é considerado um ponto crítico. Internautas reclamam que, muitas vezes, a interseção fica congestionada, prejudicando a mobilidade na região de Santanense. 

A maioria dos reclamantes são motoristas de veículos de cargas pesadas que seguem sentido Garcias e têm que enfrentar a subida íngreme, sentido Parque Jardim para fazer o retorno e, posteriormente seguir para o bairro de destino. 

Falta de estrutura e congestionamentos

Outra reclamação sobre o trânsito da cidade envolve os pontos de ônibus: o da Rua Silva Jardim, em frente à Magazine Luiza e Pernambucanas por exemplo, fica exposto às ações de sol e chuva, o que tem causado desconforto aos usuários. 

Já o ponto da rua Manoel Correia, quase esquina com a avenida Jove Soares, tem gerado um congestionamento em horários de pico, já que os coletivos tomam conta de metade da via ao parar para embarcar os passageiros. Tanto os motoristas, quanto os usuários do transporte público pedem que esses locais sejam reavaliados, e que, se possível, sejam instaladas guaritas para oferecer mais conforto e segurança para quem utiliza o transporte coletivo. 

A disputa de carros e vans

Um agente de trânsito seria muito bem-vindo às portas dos colégios de Itaúna. Nos horários de entrada e saída de alunos, carros e vans disputam espaços com pedestres, alunos e pais. A confusão é formada com barulho de buzina por todo lado, filas duplas que impedem o fluxo normal de veículos e o resultado é sempre o mesmo: lentidão.

Acidentes por imprudência

Em maio do ano passado, dados da Gerência Superior de Trânsito e Transportes, mostravam números assustadores de ocorrências na cidade nos anos de 2022 e 2023. Em 2022 foram 1.497 acidentes envolvendo veículos e pedestres, com 2.648 feridos e 15 óbitos. Em 2023, a cidade registrou 1.588 acidentes; 2.639 feridos e 11 óbitos.

Na ocasião, o comandante da Polícia Militar, major Antônio Carlos Teixeira de Souza, destacou que a falta de educação no trânsito, tanto de motoristas quanto de pedestres, descumprindo normas, é a principal causa do crescente registro de ocorrências.