Movimento Tarifa Zero faz nova reunião para debater a gratuidade do transporte coletivo

Encontro aconteceu na Câmara e reuniu lideranças de esquerda, interessados no assunto e a gerente de Trânsito e Transportes da Prefeitura, Cíntia Valadares

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Na noite de segunda-feira (22) algumas pessoas se reuniram na Câmara Municipal para debaterem, novamente, a proposta de implantação da tarifa zero no transporte público em Itaúna. Lideranças de partidos de esquerda, como PT, PSOL, PV e UP (Unidade Popular) e outros interessados, receberam a gerente superior de Trânsito e Transportes do Município, Cíntia Valadares e Francisco de Assis Maciel, o Chiquinho, mobilizador do Movimento Tarifa Zero de Belo Horizonte e presidente da Associação dos Usuários de Transporte Coletivo da Grande BH, para discutirem o tema. O encontro foi coordenado pela vereadora Edênia Alcântara (PDT), com mediação da professora Mônica Santos. Instalados na Mesa Diretora do debate, os representantes dos partidos de esquerda, Geraldino de Souza Filho, o Mirinho (PT); Clênio Skull (PV), Júlia Soares (PSOL) e Eduardo Rodrigues (UP) foram enfáticos em defenderem a gratuidade da passagem de ônibus em Itaúna, a fim de oferecer aos usuários um serviço de qualidade – proporcionado pelo poder público sem intermediário – sem nenhum custo direto ao passageiro. Para eles, são históricos os graves problemas do serviço de transporte público, com veículos sucateados, descumprimento de horários, falta de guaritas de passageiros e tarifas sempre caras. Esses pontos foram também abordados pelos participantes fora da mesa, como o bancário Jerry Adriane, o professor Sérgio Machado e o funcionário público Wandick Robson Pincer.

A defesa do subsídio para o reequilíbrio financeiro

Em sua fala, a representante do poder público, Cíntia Valadares, concordou com o posicionamento das lideranças políticas de esquerda de que o caminho para resolver o problema do transporte público em Itaúna seja o debate e, posteriormente, a implantação da gratuidade através de subsídio do poder público municipal, apoiado pelo Estado e o governo federal. Entretanto, ela trouxe novamente a defesa de que o transporte coletivo, desde a pandemia da Covid-19, passa por crise financeira e que as reiteradas solicitações de revisão do preço das tarifas fizeram com que a Prefeitura contratasse estudo técnico, feito pelo CEFET-MG, para avaliar as condições de operacionalidade da concessionária ViaSul. Para a gerente do setor, somente a concessão do subsídio para o reequilíbrio financeiro contratual poderá evitar mais aumento da tarifa e melhoria da qualidade do serviço.

Muito além de ideologias e partidos políticos

Chiquinho Maciel mostrou com números e argumentos robustos que é possível a criação da Tarifa Zero e que organizado em suas finanças orçamentárias, o Município terá condições de subsidiar a passagem de ônibus para que o usuário tenha mais oportunidade de mobilidade e de participação social. Para ele, Itaúna está no caminho certo quando propõe o diálogo com todos, para além das ideologias e dos partidos políticos.

Fundo Municipal do Transporte Público

Em vários momentos das falas dos participantes, o recado à administração municipal foi dado com explicações de que a Tarifa Zero é possível. Será construída através de investimentos financeiros com a criação de um fundo municipal, com recursos próprios e dos governos do Estado e da União. Os organizadores do Movimento argumentam que quem pagará a conta da Tarifa Zero é o mesmo agente pagador dos impostos, ou seja, todos os cidadãos, especialmente os trabalhadores. E todos irão ganhar com isso, principalmente os empresários, uma vez que sem pagar diretamente a passagem, os usuários do transporte público terão mais oportunidade de trabalho, de acessar o comércio, os bens de serviço, os eventos culturais etc. Outro ponto defendido também é a questão do meio ambiente, com a gratuidade da passagem as pessoas vão usar muito menos automóveis e a poluição sonora e do ar tende a diminuir.

Abaixo-assinado

O encontro não decidiu nada ainda e o debate vai continuar. Os organizadores do Movimento Tarifa Zero garantem que levarão o debate às comunidades, com abaixo-assinado e mobilizando a população para futuros eventos. O Movimento vai fazer uma nova reunião para avaliar o que já foi feito e definir as próximas atividades.