Movimento Vida Além do Trabalho de Itaúna se mobiliza pela extinção da escala 6×1

Lideranças do movimento tem feito panfletagem na Praça da Matriz, para conscientizar trabalhadores, sindicatos e empresários sobre o tema

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O movimento Vida Além do Trabalho, iniciativa social que chama atenção para a discussão da pauta de proposta de Emenda à Constituição que prevê o fim da escala 6X1, ganhou adeptos em Itaúna. O município conta com um grupo integrado por cerca de 50 pessoas, que defendem o fim escala de trabalho 6×1 que exige seis dias consecutivos de trabalho seguidos por apenas um dia de descanso, o que, segundo o movimento, acaba comprometendo a saúde física e mental dos trabalhadores. 

O grupo tem realizado campanhas de conscientização dos trabalhadores, movimentos sindicais e empresários que passam pela Praça da Matriz aos finais de semana. Segundo lideranças do VAT Itaúna, a escala 6×1 reduz significativamente o tempo para lazer, convívio familiar e autocuidado, comprometendo o bem-estar dos trabalhadores. 

“Queremos uma escala que priorize o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. A luta não é apenas por menos horas trabalhadas, mas por uma vida mais saudável e produtiva”, afirmou a médica Júlia Soares, uma das líderes do movimento. 

Júlia explica que o movimento e os coletivos nas cidades surgiram a partir da dificuldade de coleta de assinaturas de deputados federais para que a PEC pudesse tramitar no Congresso Nacional.  

“As movimentações começaram em Belo Horizonte, Uberlândia e Divinópolis, e três dias depois iniciamos as mobilizações em Itaúna. Estamos nos organizando coordenados pelo movimento nacional. É importante destacar que o VAT é um movimento suprapartidário, que acolhe e recebe todos que apoiam a PEC contra a escala 6×1”. 

Impactos da escala 6×1

Pesquisas mostram que a escala 6×1 pode elevar os níveis de estresse e fadiga, além de contribuir para problemas como insônia, ansiedade e doenças crônicas. Em um levantamento realizado pelo MVAT, 78% dos trabalhadores entrevistados afirmaram que a escala compromete suas relações familiares, enquanto 65% relataram falta de tempo para atividades físicas ou hobbies. 

“Saímos de casa quando a família ainda estava dormindo e voltamos exaustos. O dia de descanso não é suficiente para recarregar as energias”, disse Marcos Silva, operador de máquinas e adepto do movimento. 

Ações do movimento

A ramificação do movimento em Itaúna tem promovido rodas de conversa, palestras e atos públicos para conscientizar a comunidade sobre o tema.  Já o movimento nacional do VAT, lançou uma petição online para pressionar empresas e autoridades a reverem a prática, sugerindo a adoção de escalas mais flexíveis, como a 5×2, que oferece dois dias consecutivos de descanso. Já assinaram o documento quase três milhões de pessoas. A assinatura da petição pode ser feita pelo site: peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR135067 

Respostas  

Embora algumas empresas tenham sinalizado abertura para diálogo, outras resistem às mudanças, citando questões de produtividade e custos operacionais. A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio manifestou apoio à Proposta de Emenda à Constituição que dá fim à escala 6×1 e, em nota, a entidade afirmou que a PEC representa uma “oportunidade histórica de avanço”. 

O MVAT promete intensificar as ações nas próximas semanas e convoca toda a população de Itaúna a participar da luta. Para eles, o direito a uma vida além do trabalho não é apenas um sonho, mas uma necessidade urgente.