O prefeito Neider Moreira (PSD) e a vice Gláucia Santiago (PL), eleitos para a administração municipal 2021-2024, concederam entrevista ao Jornal S’Passo na tarde de sexta-feira (20). A vitória de Neider conferiu-lhe 19.375 votos, o que representa 44,06% do total de votos válidos. Ao S´Passo ele falou da alegria de vencer, agradeceu a confiança dos itaunenses para mais quatro anos à frente da Prefeitura, porém expressou sua preocupação com relação ao aumento de casos de Covid-19 na cidade. Ele contou que ainda na tarde de ontem iria gravar um vídeo alertando os cidadãos, já que a microrregião na qual Itaúna está inserida voltou à onda vermelha. “Vou pedir à população que se resguarde, para evitarmos que os casos aumentem e tenhamos que fechar o comércio novamente. Vemos que as pessoas se cansaram de ficar em casa e estão voltando à rotina normal, o que vai promover um aumento no contágio”, advertiu.
Uma nova equipe
Ao responder sobre as diversas polêmicas e intensos embates que envolveram a equipe do primeiro escalão e os vereadores de oposição e a composição do seu novo governo, o prefeito confirmou que vai fazer mudanças no secretariado, mas que irá tratar de cargos somente a partir de dezembro e ressaltou que a preocupação no momento é com a prestação de contas da campanha, a diplomação e muitas questões do dia a dia da administração que precisam ser resolvidas. “É claro que todo novo governo pede uma oxigenação, então é natural que haja mudanças no primeiro e segundo escalões; isso faz parte do jogo político e nós temos uma nova correlação de forças a partir de agora. As pessoas que vierem a ser substituídas não têm que achar que seja por um desempenho ruim, mas que as mudanças são necessárias para o avanço do governo”, ponderou.
Economia e empregos
Do ponto de vista econô¬mico, os últimos anos foram repletos de desafios para a administração, como o con¬fisco de recursos pelo Estado, a pandemia e chuvas que inundaram ruas e causaram destruição em Itaúna. Ao mesmo tempo, a gestão teve que fazer empréstimo para a execução de obras prioritárias como a do reservatório do Morada Nova. Mesmo com todas estas questões, Neider afirmou que atualmente a situação financeira do muni¬cípio está completamente equilibrada e que a economia tem dado sinais de recupera-ção, principalmente com o crescimento dos índices de geração de emprego e renda desde 2017. “Os empréstimos são financiamentos de longo prazo, autorizados pelo legis¬lativo, pela Secretaria do Tesouro Nacional e pelo Banco Central que se pagam, porque trazem uma economia grande em outras áreas. Um exemplo disso é o asfalto que tem vida útil de 10 anos, ou seja, não será necessário gas¬tar com a operação tapa-bura¬cos por dez anos. Diferente do que os opositores falam, isso não é dívida, é um inves¬timento. A situação financeira da Prefeitura hoje está total¬mente saneada, não devemos nada de salários, previdência e prestadores de serviços, diferente de quando assumi¬mos e que as dívidas ultrapas¬savam os R$19 milhões entre a Prefeitura e o SAAE”, revela.
Nova prefeitura
O novo Centro Administra¬tivo já está concluído e de acordo com Neider o mobili¬ário já foi adquirido e será entregue em 30 dias. A mudança para a nova prefei¬tura, segundo Neider, além de proporcionar um enorme ganho para a população, espe¬cialmente na questão da pres¬tação de serviços em um único local, vai gerar uma economia de R$70 mil por mês, recursos que deixarão de ser pagos com aluguéis. O prefeito disse que fez compromisso com os ser¬vidores de que a mudança para o novo prédio será janeiro. “Mandato novo, casa nova”, concluiu sorrindo.
Construção de uma UPA
Ao lembrar da campanha, o prefeito comentou o debate realizado pela TV Cidade e que foi repleto de farpas e polêmicas. Quem assistiu, pode conferir que os candidatos oponentes deram destaque aos questionamentos e críticas à atual administração, principalmente à promessa do atual prefeito, que teria sido feita na campanha passada, de construir uma Unidade de Pronto Atendimento – UPA. “Hoje temos a implantação da UPA prevista, pois o hospital se encontra em um âmbito de referência, atendendo toda a região. Naturalmente, vamos precisar de mais espaço para o atendimento de urgência e emergência e faremos uma UPA perto do Hospital Manoel Gonçalves, para poder facilitar o trabalho de parceria que já é desenvolvido. Para a viabilização desta obra, vamos buscar recursos junto ao governo federal”, informou.
Quase todas as urnas
Neider venceu com boa margem sobre o segundo colocado e obteve maior votação no Centro, com 3.888 votos, Lourdes 1.888, Padre Eustáquio 1.479 e Santanense com 1.474. Ele obteve a maioria dos votos em quase todas as zonas eleitorais, com exceção apenas dos bairros Jadir Marinho (Marcinho Hakuna obteve 487 votos contra 466 de Neider), Irmãos Auler (Hakuna: 393 e Neider: 364), Novo Horizonte (Hakuna: 245 e Neider: 221). Já os locais onde o prefeito perdeu com maior diferença foram Várzea do Olaria, onde Hakuna chegou à marca dos 657 votos contra 590. Neider também ficou em segundo na comunidade rural de Brejo Alegre, onde Hakuna teve 122 votos e Neider 86. Ao comentar estes resultados das urnas, o prefeito explicou que todo país vive um processo “de negação política”, que vem desde 2018, na época da eleição presidencial. “Faz parte do jogo político”, disse Neider que enumerou várias obras realizadas em todos esses bairros. “Eu vejo isso como um voto de protesto, que vem sendo realizado desde as últimas eleições presidenciais. Temos obras em praticamente todas essas comunidades, mas não tivemos o retorno disso em votos. A democracia é isso”, salientou.
Brancos, nulos e abstenção
Outro assunto que Neider debateu com a reportagem foi a grande porcentagem de abstenção que alcançou 24,03% do total de eleitores aptos a votar (69.682). Ou seja, dos quase 70 mil eleitores da cidade, 16.679 pessoas não compareceram às 205 seções eleitorais, quantidade significativa, nunca verificada em eleições anteriores. Os votos nulos foram 5.628 (10.62%) e os brancos, 3.397 (6.41). Somando as abstenções com os votos nulos e brancos, o resultado são 25.704 eleitores, número bem maior que a votação do segundo colocado, Marcinho Hakuna (PSL), que obteve 12.447 votos (28,30%).