Continuando a ouvir os (as) candidatos (as) a prefeito (a) e vice-prefeito (a) de Itaúna, o Jornal S’Passo entrevista nesta edição Neider Moreira e Gláucia Santiago, da coligação “Itaúna Seguindo em Frente”: REDE / PSD / PRTB / PP / PDT / PL / MDB / DEM / Avante.
Neider Moreira de Faria é itaunense, nascido em 23 de março de 1965. É médico nefrologista, formado pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Iniciou a vida pública na sua cidade natal, Itaúna, em 1996, sendo o vereador mais votado naquela época. Foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 2002, reeleito em 2006 e reconduzido à Assembleia Legislativa de Minas Gerais em 2010, para defender os interesses da região Centro-Oeste do Estado. Atuou como secretário de Estado Extraordinário para Assuntos de Reforma Agrária, de 2004 a 2006. Foi vice-líder do Governo na ALMG e membro efetivo das Comissões de Administração Pública e de Saúde, além de suplente na Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização. Em 2016 foi eleito, pela primeira vez, prefeito do Município de Itaúna com 34.606 votos (66.81%) ao lado de Fernando Franco, vice-prefeito.
Neider é casado com Daniela Cristina Nogueira Melo e pai de dois filhos: Laura e Gustavo.
1. Qual é a maior motivação para a sua candidatura a prefeito de Itaúna? Quais são os principais desafios que o próximo prefeito precisa assumir? E de que forma isso será viável?
Na verdade, a motivação para o segundo mandato é o fato de que o trabalho ainda não está concluído. Esse mandato eu considero o mais difícil que tive durante a minha vida pública, primeiro porque a conjuntura econômico-financeira do país esteve em crise o tempo todo. Segundo, porque houve o confisco financeiro, que retirou dos cofres públicos R$ 35 milhões por não fazer o repasse do ICMS, IPVA, Fundeb, transporte escolar, a parte governamental do estado da farmácia básica. Tudo isso trouxe problemas enormes de fluxo de caixa durante um período longo e fez com que tivéssemos que nos reinventar. Se não tivéssemos tido um rigor fiscal enorme não teríamos como atravessar esse momento. E, por fim, agora a convivência com a pandemia, que é uma coisa nova para todos nós, inclusive para nós médicos. Nunca tínhamos vivido uma situação como essa. Então, muita coisa que pensávamos teve que ser adiada em função das circunstâncias. Portanto, o trabalho ainda não está concluído. Tenho convicção de que temos hoje uma cidade muito melhor do que aquela que encontramos, em todos os setores dela, mas precisamos continuar esse trabalho. O principal desafio é o pós-pandemia, teremos a extinção do auxílio emergencial e a finalização dos seguros-desemprego, então aí é que a cidade precisará se reinventar. Exatamente com a criação de oportunidades e nós teremos condição de fazer isso.
2. Eleito prefeito, você irá assumir o mandato no ano em que o município comemora 120 anos de emancipação político-administrativa. O que isso representa para você? Qual é a alavanca do seu governo para a Itaúna do futuro?
Eu tenho a certeza de que Itaúna é uma cidade consolidada hoje em Minas Gerais. Itaúna é respeitada como um centro econômico importante, como um centro educacional importante, como um centro industrial importante. Portanto, temos que criar, dentro das vocações que temos, as condições para sermos cada vez mais um centro de referência. Por exemplo, temos aqui uma faculdade de medicina, é natural que a gente procure se transformar cada vez mais num polo de saúde. Porque isso, além de atrair profissionais e pessoas em busca do atendimento, nos possibilita criar uma condição de vanguarda. Da mesma forma, temos que procurar termos uma cidade sempre muito bem cuidada. Hoje Itaúna é uma cidade muito mais bem cuidada do que era. E temos que caminhar cada vez mais nessa direção, oferecendo qualidade de vida. Dando a elas serviços públicos fazendo com que elas se interessem pelo lugar onde moram. Então, esse é o grande desafio, planejamento estratégico a ser implementado. Introduzimos isso em nosso primeiro mandato, estamos seguindo à risca. Ele tem que persistir. No segundo mandato ser aprimorado até. A gente espera ter uma condição melhor econômico-financeira no segundo mandato para que os investimentos se viabilizem de maneira mais tranquila. E que possibilite a atração de novos investimentos, sejam eles comerciais, industriais, de prestação de serviço. Tendo uma adesão da população a eles e fazendo com que a qualidade de vida melhore cada vez mais.
3. Em tempos de pandemia da covid-19 Itaúna, vive, como outras cidades brasileiras, momentos difíceis em todos os níveis. Qual seria a reinvenção política do chefe do executivo amplo para devolver à população a confiança, a esperança e a motivação para as questões socioeconômicas e sociais da cidade?
Temos que criar as condições para isso. A condição política é construída com o trabalho político que a gente faz e temos as condições econômico-financeiras. O fundamental, volto a afirmar, é que tenhamos uma cidade bem cuidada para que ela transmita segurança às pessoas, de que pode fazer o investimento e que esse investimento vai ter o retorno. É assim que temos conseguido atrair novos investimentos para a cidade. Temos visto várias cadeias do comércio vindo para a cidade, temos visto importantes investimentos do setor supermercadista, temos visto investimentos industriais chegando na cidade. Se você cria um mecanismo de funcionamento que dê segurança aos investidores seguramente eles vêm porque sabem que terão retorno. Então, o principal papel que o executivo terá nesse período pós-pandemia é exatamente dar essa segurança aos investidores. E para isso, nesse momento especial em que estamos vivendo é fundamental experiência, credibilidade para estar à frente do executivo.
4. Estão entre os grandes problemas no município as políticas públicas voltadas para a cultura, o lazer e o entretenimento direcionadas, sobretudo, à juventude. Como o senhor pretende viabilizar a execução de projetos que atendam a essas demandas?
No programa de governo que protocolamos junto à Justiça Eleitoral para esse segundo mandato está lá prevista a criação da Secretaria da Cultura. Nós já fizemos o primeiro movimento quando desvinculamos a Gerência da Cultura da Secretaria da Educação por entendermos que essa secretaria é muito grande, muito pesada para que um secretário também cuide da cultura. Então, fizemos a opção de levar a cultura para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Cultura. Reposicionamos a cultura. Agora entendemos que com os espaços públicos revitalizados como estão, os espaços esportivos, o teatro Sílvio de Mattos, criando ambientes adequados para o desenvolvimento da cultura é o momento de darmos o segundo passo. Já temos o Fundo Municipal de Cultura, o Conselho Municipal de Cultura, que inclusive está viabilizando a implantação da Lei Aldir Blanc no município. Agora é o momento de darmos um passo a frente para que tenhamos uma secretaria autônoma, com seu orçamento próprios, viabilizando os projetos culturais de maneira mais adequada possível.
5. É possível que haja no município uma verdadeira participação popular na elaboração de políticas públicas para atender a um maior número de pessoas. O senhor concorda com isso? De que forma isto possa ser executado?
É claro que a população precisa ser ouvida, setorialmente, e que ela traga suas sugestões. Agora, o gestor é eleito pela comunidade para apresentar as políticas públicas. Então, dessa massa crítica que se forma com a audição da comunidade, o gestor vai formular as políticas próprias porque constitucionalmente a pessoa é escolhida para representar o município no executivo. Então, ele tem que ter essa autonomia gerencial para que possa apresentar as políticas públicas. Portanto, a audição da comunidade é importante, para a formação dessa massa crítica, volto a dizer, mas a definição dessas políticas deve estar a cargo daquelas pessoas autorizadas constitucionalmente para poder fazê-lo.
6. O que representará verdadeiramente a figura do vice-prefeito no seu mandato?
Tenho a satisfação de ter a Gláucia como minha companheira de chapa. Uma pessoa sensível que traz esse olhar feminino para dentro do executivo. Pela primeira vez Itaúna pode ter uma mulher participando da chapa do executivo e poderá desenvolver um trabalho incrível do ponto de vista social, do ponto de vista desse olhar sensível que a mulher tem para determinadas questões. Eu tenho absoluta certeza que ela desempenhará um papel preponderante juntamente com o prefeito. E mais do que isso, terá um papel muito significativo na condução de políticas públicas que atendam o conjunto da sociedade e que nos permitam cada vez construir qualidade de vida às pessoas.
A candidata a vice-prefeita
Gláucia Santiago, itaunense, é filha de Vera Santiago e Hidelbrando Canabrava. É mãe de três filhos: Hidelbrando Neto, Guilherme e Roberta Santiago, e avó de Júlia. É formada em Pedagogia pela Universidade de Itaúna e trabalha prestando serviços públicos há mais de 40 anos. Começou sua carreira profissional com 15 anos de idade, trabalhando como servidora no Cartório de Registro de Imóveis.
Acompanha a política itaunense desde nova. Aprendeu com seu pai, o Bandinho, durante seus mandatos de prefeito e deputado estadual. Foi eleita vereadora pela primeira vez em 2000. Hoje está finalizando seu terceiro mandato no legislativo. Além de cumprir seus deveres legais e constitucionais, concentrou seus esforços na constante busca de melhorias para nossa população, conseguindo emendas estaduais e federais, principalmente para as áreas de saúde e educação. Diz estar extremamente animada para representar os itaunenses no executivo ao lado de Neider Moreira.
1. O que dizer de sua candidatura à vice-prefeita? O que levou a essa escolha e como o seu nome foi colocado junto da coligação?
Trabalhei muito neste mandato atual. Tanto buscando verbas estaduais e federais para Itaúna, quanto fiscalizando e cobrando do executivo. Quando recebi o convite do Prefeito Neider para me candidatar à vice-prefeita, fiquei feliz e animada! Vejo como uma oportunidade de intensificar este trabalho que venho fazendo. Na Prefeitura certamente conseguirei mais emendas, verbas e melhorias para o nosso Município. Além de poder ajudar na gestão do executivo. Aceitei o convite do Prefeito depois de conversar bastante com minha família, amigos, colegas de partido, assessores e eleitores. Todos nós entendemos que é uma oportunidade de conseguirmos mais por Itaúna.
2. Eleita sua chapa, como você pretende atuar junto ao prefeito? O que você tem como propostas para a administração municipal na condição de parceira do chefe do Executivo?
Minha atuação seguirá a linha que sempre tive. Em todos os três mandatos. Focada no bem comum. O Prefeito poderá contar com uma grande aliada na gestão dos bons projetos. Além de trabalhar para garantir e melhorar os serviços básicos, pretendo criar e intensificar os programas voltados para a saúde da mulher e da família. Como temos em outros municípios mineiros. Neste mandato trabalhei muito nesta linha. Quero intensificar!
3. Na sua visão, quais são os principais desafios que a administração municipal irá enfrentar nos próximos quatro anos?
O executivo enfrentou um enorme desafio no mandato atual. Tivemos problemas com o repasse das verbas estaduais, com as chuvas históricas de 2019 e agora estamos enfrentando uma pandemia terrível causada pela Covid-19. Mesmo com estes desafios, o serviço público continuou. Nosso desafio será melhorarmos estes serviços. Principalmente na área de saúde. Itaúna poderá contar com meu esforço e trabalho para conseguirmos.