A reunião do legislativo, que aconteceu no dia 8 de março, em data festiva para as mulheres, foi marcada pelos costumeiros cumprimentos dos homens às colegas do sexo feminino. Mas nenhum dos homens – nem as mulheres – falou acerca de uma denúncia que circulou na cidade de que um vereador teria se dirigido a uma servidora do legislativo com palavras ofensivas em suposto assédio sexual. O presidente da Câmara, Alexandre Campos (DEM) não deu qualquer explicação, os colegas que levaram à público os fatos não tocaram no assunto e o suposto autor da denúncia, não se defendeu.
A vereadora Edênia Alcântara (PDT) falou do 8 de Março ressaltando que as mulheres em Itaúna continuam sendo apenas homenageadas nesta data, com parabéns, flores e ações inconsistentes do poder público. Acerca das atividades da prefeitura para homenagear as mulheres, a vereadora considerou que é bacana oferecer serviços de embelezamento como maquiagem, corte de cabelo, limpeza de pele e cuidados com unhas, como forma de auxiliar a autoestima, também é importante que a programação oficial ofereça atividades artísticas e culturais, mas que não deve ficar só nisso. Para a vereadora, os gastos financeiros com esses eventos são altos e as políticas públicas vão ficando para trás, anos após anos. Ela reclamou que faltam ações para atender às mulheres, sobretudo as que são pobres e vítimas da violência doméstica. A vereadora lembrou do assassinato de uma adolescente de 16 anos no último fim de semana, onde o autor seria o ex-namorado que não aceitou o fim do relacionamento. Ela também relatou que as mulheres agredidas em casa não têm para onde ir, pois o município não oferece um abrigo seguro e que os procedimentos em casos de estupros e outras violências são encaminhados para outra cidade para os exames de praxe, já que Itaúna não tem serviços de atendimento desta natureza.