No Dia Mundial da Reciclagem, os desafios da Coopert para continuar atuando

Educação ambiental ainda precisa ser reafirmada para que os cidadãos possam separar o lixo dos resíduos reaproveitáveis e manter limpa as ruas da cidade

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MUSEU DA COOPERT

O Dia Mundial da Reciclagem, comemorado em 17 de maio, é uma oportunidade para que a sociedade repense suas atitudes com relação àquilo que descarta no dia a dia, seja em casa, no trabalho, na rua etc. A data, instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, apresenta uma oportunidade de reflexão sobre nossos hábitos de consumo e a forma como descartamos o lixo.

 Atualmente as pessoas têm debatido com frequência sobre a situação de Itaúna em se tratando de limpeza pública. Especialmente por causa da Dengue, muito se tem falado dos cuidados com o lixo na rua, os descartes irregulares em lotes vagos, margens de rios e rodovias.

A Coopert – Cooperativa de Reciclagem e Trabalho, criada em 18 de março de 1999, há 25 anos, cuida do recolhimento, separação e destinação dos resíduos sólidos próprios para a reciclagem. A empresa, que funciona próximo do aterro sanitário na comunidade denominada de Três Barras, é administrada por um grupo de trabalhadores e conta com 76 cooperados, mais outros coletores que atuam de maneira avulsa, sem vínculo com a cooperativa, em cerca de 25.

Uma das criadoras da Coopert e atual dirigente da empresa, Maria Madalena Rodrigues Duarte Lima, ou simplesmente Madalena Duarte, afirma que o principal desafio do trabalho hoje é fazer com que as pessoas continuem separando o lixo do material reciclável e descartando-os nos dias programados, sem mistura e confusão.

“Nem tudo que se coloca no lixo é coleta seletiva. Nem todo o material jogado ali é reciclável”, ensina. A Coopert cuida de separar o material que será encaminhado às empresas de São Paulo e Belo Horizonte.

O preço do material caiu e muitos catadores não querem mais atuar

Os profissionais que atuam nessa tarefa com os resíduos sólidos querem que, não somente no Dia Mundial da Reciclagem, as pessoas tenham consciência de que o meio ambiente precisa da colaboração de todos. Ainda falta educação ambiental e isso não é só por causa do excesso de lixo e material inservível nas ruas, mas, também em casa, quando não há separação do lixo e dos restos que podem ser reaproveitados. No começo, em 2002, havia maior colaboração dos cidadãos com relação ao descarte doméstico e à observância dos dias de recolhimento do lixo orgânico e dos materiais recicláveis, “hoje está mais difícil”.

A dirigente da Coopert também enfatiza que a queda do preço dos recicláveis desestimula catadores avulsos e esse material fica espalhado nas ruas. Outro problema é que, diferente do que se imagina, algumas embalagens – de plástico, por exemplo – não servem ao mercado. São frascos de bebidas, laticínios, que viram lixo porque as empresas de reutilização não trabalham com eles.

Conheça a Coopert e visite o “Museu do Lixo”

A presidente da Coopert, Madalena Duarte, convida a população para conhecer as instalações da cooperativa e continuarem auxiliando para que o trabalho de mais setenta famílias continue proporcionando emprego, renda e oportunidades para o meio ambiente. Ao Jornal S’PASSO, Madalena revela que as pessoas continuam descartando muitos objetos que ainda podem servir e ser utilizados nas casas. Por descuido ou desinteresse, materiais de uso doméstico são jogados no lixo e hoje ocupam as prateleiras do ‘Museu da Coopert’, ou “Museu do Lixo”, como muitos chamam. Livros, relógios, talheres, bijuterias, óculos, enfeites etc., contam histórias de pessoas neste acervo curioso da cooperativa.