São boatos sem fundamento as informações que circulam na cidade de que a tradicional Cia. Tecidos Santanense teria sido vendida para dois grupos empresariais de Itaúna, a Indústria Minas Rey e a Incomfral. Pessoas ligadas às duas empresas negaram a existência do negócio. Depois que a empresa tirou da cidade o setor de fiação, não há interesse de compra de outros empreendimentos industriais. Essa é a informação passada ao Jornal S’PASSO por um empresário local. Um funcionário da Cia. Santanense também contesta qualquer notícia da venda da empresa do grupo Coteminas e revela que há uns quatro meses este assunto veio à tona e que o empresário Josué Christiano Gomes da Silva, presidente da Santanense, não quis negociar.
A Cia. Tecidos Santanense nasceu em 23 de outubro de 1891, no Arraial de Sant’Anna de São João Acima, sob a liderança de Manuel José de Sousa Moreira. Nesta época, os padrões e os tecidos da moda vinham da França: para os homens, ternos pesados e sóbrios; para as mulheres, os vestidos de passeio ganhavam enfeites drapeados nos quadris. Em setembro de 1895 a Santanense iniciava as atividades com 120 funcionários e uma produção mensal de 40 mil metros em 32 teares. “Independência” foi o nome dado ao primeiro tecido saído dos teares da Santanense. A produção constituía-se de chitas e morins para abastecer um mercado crescente de novos assalariados pós-escravatura. Esse é o período da substituição do trabalho escravo pelo trabalho assalariado, do desenvolvimento do mercado, da rápida expansão das estradas de ferro, do desenvolvimento através da cultura do café e da aparição das indústrias.