Número de Cirurgias eletivas teve queda após a pandemia e crise financeira do Hospital

Secretário de Saúde diz que problema está sendo solucionado através da Prefeitura e do programa estadual “Opera Mais”

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As acusações sobre morosidade na liberação das cirurgias eletivas da Secretaria Municipal de Saúde sempre encontram espaço nas falas dos vereadores de oposição. É um tema complexo e de difícil solução, de acordo com o secretário Fernando Meira de Faria. Algumas questões que envolvem o assunto não fazem parte da competência da Secretaria Municipal de Saúde e precisam de que sejam acionados outros órgãos, em outras cidades. Algumas cirurgias eletivas e, também, aqueles procedimentos que não têm especialistas em Itaúna, são realizadas fora do município, na maioria das vezes em Divinópolis ou, até em Belo Horizonte e por isso, Itaúna fica dependendo da oferta de vagas para que se possa atender as demandas.

“A demanda por cirurgias de alta complexidade é muito maior que a oferta. Realmente existe um gargalo e, por mais que a gente tente fazer alguma coisa, conversar, mandar ofício, ligar para tentar soluções, ficamos presos à liberação de vagas da central de regulação, principalmente de Belo Horizonte”, esclarece.

Queda nos últimos anos

As cirurgias eletivas que podem e são realizadas em Itaúna sofreram um impacto na diminuição do atendimento no período da pandemia. Quase todas foram suspensas. Isso gerou um atraso ainda maior nas especialidades que já eram mais demandadas. No retorno pós-pandemia, Itaúna sofreu com o período de dificuldade financeira e de governança institucional na Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Sousa Moreira, o que também dificultou muito a realização das cirurgias eletivas. “Entendendo essa situação, a secretaria implementou um aparato de incentivo para que o Hospital consiga cumprir, dentre outros indicadores, o número mínimo de cirurgias eletivas. Esta medida está sendo apoiada não somente pelo Município, mas também pelo Estado, dentro do programa “Opera Mais”. Além de atender à demanda da população, as intervenções geram um retorno financeiro mais interessante para o Hospital e começaram a se efetivar no mês passado e, agora, a partir dos próximos meses, esperamos e acreditamos que teremos um número de cirurgias muito maior do que estávamos tendo. É claro que isso é algo contínuo, não é de um dia para outro que será resolvido. Vamos dar fluxo e um andamento melhor nesses gargalos antigos que, repito, correspondem a um tema complexo, de difícil solução”, avalia.

Parcerias resolvendo os problemas

A Secretaria de Saúde conta com algumas estratégias que também estão minimizando os problemas dos pacientes que aguardam na fila. Caso alguma cirurgia eletiva de média complexidade não seja realizada em Itaúna, existem parcerias com hospitais da região para os quais já são encaminhados pacientes, que dentro do programa “Opera Mais” do Estado, têm feito os procedimentos. “Esperamos aumentar o número de cirurgias realizadas em Itaúna e fora da cidade, para diminuir ou atenuar o tempo de espera pelos procedimentos”, ponderou.

Somente casos prioritários

O secretário Fernando Meira explicou à reportagem que as demandas por cirurgias alcançam hoje quase todas as áreas, com maior procura pelo campo geral, como hérnia, vesícula, ortopédicas, uro-ginecológica e, aquelas que se são de alta complexidade e são realizadas fora do município, como as de próteses, principalmente de quadril e joelho. “Essas têm uma demanda muito alta e uma saída muito baixa e, infelizmente, estamos conseguindo atender somente os casos prioritários”, afirmou.