O tempo não para JORNAL S’PASSO 30 ANOS

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O ano era 1990. Naquela tarde, João atravessou a Praça da Matriz bem depressa, devido à chuva copiosa que caía. Ele queria avisar em casa que demoraria um pouco mais, porque iria passar na Sérgio Livraria, para comprar um bloco de notas promissórias, folhas de papel almaço e fita para sua máquina de escrever.

Teve de esperar a lotação do bairro de Lourdes terminar de contornar a Matriz e um outro ônibus que estava no ponto ao lado da igreja sair; havia muitas pessoas na guarita, se protegendo da chuvada. Examinou aflito em sua carteira e encontrou duas fichas para ligações locais. Ficou aliviado porque seria uma ligação rápida e devido à chuva não havia ninguém no orelhão em frente à igreja…

Nessa pequena e imaginária narrativa de uma tarde bucólica em nossa Itaúna de 30 anos passados, podemos observar alguns objetos e costumes que seriam estranhos aos jovens de hoje. O que seria uma nota promissória, papel almaço, fita para máquina de escrever ou ainda fichas para um tal de orelhão?

Há exatos 30 anos, Nélson Mandela era finalmente libertado na África do Sul; ocorria o lançamento do videogame Super Nintendo no Japão; a trilogia de ‘O Poderoso Chefão’ chegava ao seu término nos cinemas e o mundo se despedia de grandes nomes como Greta Garbo, Leonard Bernstein, Sammy Davis Jr. e no Brasil, ficamos sem Cazuza, Zacarias e Elizeth Cardoso, dentre outras celebridades. E neste contexto, nascia o Jornal S’Passo! Itaúna- Cidade Educativa- é também a cidade da Imprensa, da informação, dos jornais.

Temos notícia nos anais de nossa História de um jornal em circulação na cidade no ano de 1901, chamado O Itaúna; no mesmo ano da criação do município. E as notícias por aqui corriam de mão em mão há muito, porque a agência dos Correios, desde 1850, ainda no velho arraial de Sant’Anna, estava em pleno funcionamento.

O Jornal S’Passo nasceu para ser e dar voz às ruas; às comunidades. Notícias. Fatos. Acontecimentos. A História de nossa gente sendo escrita cotidianamente em suas páginas. Não somente atos oficiais do Governo ou situações envolvendo determinada classe social, embaladas por direcionamentos políticos e ideológicos ao sabor dos que detém o Poder local.

Não! A missão do Jornal S’Passo sempre foi dar visibilidade às demandas do nosso povo, na zona urbana e rural, e contribuir assim, para a resolução de seus problemas e a construção da cidadania.

Uma linha editorial voltada para a Comunidade. Aqui reside o grande diferencial e a diretriz maior que há trinta anos norteia o Jornal S’Passo. Quantos não guardam uma ou outra edição do Jornal S’Passo, porque ali está o registro de uma conquista, de uma vitória da comunidade?

Nisso reside a importância que marca de modo indelével as Bodas de Pérola do Jornal S’Passo.

Ser a voz da Comunidade. Jornalismo fiel aos fatos, profissional, honesto, imparcial. E trata-se de tarefa hercúlea, dificultosa mesmo, manter-se um jornal impresso – um semanário- no interior, aonde a notícia precisa ser garimpada diuturnamente. Nestes últimos 30ª nos, muitos dos que passaram pela redação do Jornal S’Passo, deixaram suas valiosas contribuições; como os colunistas sociais Adolfo Osório, Cosme Silva, Maria Eugênia Teixeira Vargas, que hoje, fazem parte da História do Colunismo Social em nossa cidade, e também outros grandes profissionais, além de Mateus Reis que segue cooperando na atualidade.

30 anos e muito para se comemorar! Como diria Cazuza: ”Nadando contra a corrente só pra exercitar…” Assim segue o Jornal S’Passo, não cedendo às intempéries do Poder, mas ciente de sua vocação e de sua História que na verdade é a História dos itaunenses. O tempo não para. Jornal S’Passo continua na sua trajetória de lutas e sucessos nestas barrancas de Sant’Anna de Itaúna. Obrigado a você leitor pela companhia nos últimos trinta anos!

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