A crescente onda de golpes envolvendo criminosos que se passam por advogados tem preocupado a classe jurídica em Itaúna. Após receber pelo menos dez comunicações de profissionais da cidade relatando o uso indevido de seus nomes e fotos por estelionatários, a subseção da OAB decidiu agir.
A presidente, Tânia Regina Batista, informou que a entidade está adotando medidas de alerta à população, entre elas a contratação de um carro de som que circulará pelos bairros da cidade orientando os cidadãos a redobrarem a atenção com contatos telefônicos suspeitos.
“Os golpistas entram em contato com os clientes alegando tratar-se de alguma urgência no processo e solicitam transferências bancárias ou pagamentos via pix. Utilizam o nome e a foto de advogados verdadeiros, o que torna o golpe ainda mais convincente. Já recebemos relatos de cerca de dez profissionais que tiveram seus dados usados”, destaca a presidente.
Além da ação local, a subseção encaminhou os casos à OAB Seccional Minas Gerais e ao Conselho Federal da OAB. Cada advogado notificado é orientado a registrar boletim de ocorrência e fornecer os dados dos clientes que foram contatados pelos golpistas.
Segundo apuração junto à Delegacia de Polícia Civil de Itaúna, pelo menos seis pessoas já foram lesadas diretamente por esse tipo de crime nas últimas semanas. Em um dos casos, uma vítima perdeu R$ 20 mil após acreditar estar em negociação direta com seu advogado. Outro casal transferiu R$ 9 mil, achando que estava agilizando o andamento de um processo.
O delegado Leonardo Pio explica que os criminosos utilizam técnicas de engenharia social para reunir informações sobre os processos judiciais e seus envolvidos, tornando a abordagem altamente personalizada e convincente. O pedido de dinheiro é geralmente feito com caráter emergencial, criando um senso de urgência que impede a vítima de verificar a veracidade da situação.
“É importante que as vítimas procurem a delegacia e registrem o caso. Sabemos que muitas pessoas deixam de fazer isso por vergonha, mas essas informações são essenciais para que possamos investigar”, afirmou o assessor jurídico da delegacia, Guilherme Nogueira Gontijo.
A OAB-MG, ciente da abrangência do golpe em todo o estado, publicou uma cartilha com orientações aos advogados sobre como prevenir esse tipo de crime e o que fazer caso tenham seus nomes usados indevidamente. A entidade também reforça que qualquer dúvida sobre contatos suspeitos deve ser imediatamente esclarecida diretamente com o advogado de confiança, utilizando os canais oficiais de comunicação previamente conhecidos pelo cliente.
