O vereador Léo Alves (Podemos) causou repercussão durante a reunião da Câmara esta semana, ao afirmar que a cidade está “infestada por andarilhos”. Sua fala gerou debate nos bastidores e, principalmente, nos grupos de WhatsApp da cidade. Alguns internautas manifestaram apoio ao parlamentar, defendendo uma postura mais firme em relação às políticas de remanejamento de pessoas em situação de rua e migrantes, no município.
No entanto, essa posição foi criticada por outros, que a consideraram incompatível com os princípios cristãos, uma vez que Léo Alves integra a bancada evangélica. De acordo com esses críticos, as próprias comunidades cristãs realizam campanhas de solidariedade, como a distribuição de marmitex, para atender a essas mesmas pessoas.
Em sua fala, o vereador também revelou que a administração municipal tem estudado a possibilidade de transferir a sede do Posto de Atendimento ao Migrante para um imóvel no bairro de Lourdes, onde funcionava o extinto projeto “Polícia Comunitária”. Em tom severo, Léo Alves advertiu o prefeito Gustavo Mitre, afirmando que, caso o chefe do Executivo insista na ideia, ele organizará, junto aos moradores do bairro, uma “manifestação” sem precedentes na cidade, com direito a carro de som circulando pelas principais ruas de Itaúna.
O vereador Israel Lúcio (União Brasil) corroborou a fala de Léo Alves dizendo que o Posto do Migrante deve ficar na rua Godofredo Gonçalves, já que o local é próximo do Centro e das equipes de policiamento na região, além de não estar causado transtorno para moradores locais.
Agravamento da situação
O vereador Guilherme Rocha (NOVO) também se pronunciou sobre a situação. Ele relatou ter participado recentemente de uma ação solidária voltada para pessoas em situação de rua e destacou que, atualmente, cerca de 60 pessoas estão circulando ou se estabelecendo nas ruas da cidade. Durante pronunciamento, Gui Rocha pediu uma “ação efetiva” da Secretaria de Desenvolvimento Social para enfrentar o problema.
“Esta semana, ao atender a um chamado, identifiquei a invasão de uma pessoa em situação de rua a um imóvel abandonado na Rua Câncio Borges, no bairro Aeroporto. De acordo com relatos de moradores, a ocupante do imóvel tem juntado muito lixo no local, se mostrado agressiva e circulado pelas ruas principais do bairro totalmente nua”, disse o vereador.
Gui Rocha também mencionou o crescente número de migrantes na cidade que, sem condições de seguir viagem, acaba se estabelecendo nas ruas de Itaúna. “Eu mesmo identifiquei uma pessoa nessa situação e me prontifiquei a levá-la até seu destino. É necessário que a secretaria tome providências e compreenda por que essas pessoas estão se estabelecendo cada vez mais em Itaúna”, finalizou.
Ação de limpeza e encaminhamentos
Após os discursos dos vereadores, na manhã de quarta-feira (26), uma equipe de funcionários da Secretaria de Desenvolvimento Social e do SAAE, realizou operação de limpeza na rua Câncio Borges. Durante a ação, o setor de Desenvolvimento Social conversou com a residente que ocupa o imóvel invadido, no entanto ela se recusou a acessar os serviços oferecidos pela equipe de Desenvolvimento Social. A limpeza do interior do imóvel também não pôde ser realizada pelo poder público, pois se trata de um espaço privado.
