Polícia e Prefeitura apertam o cerco contra a “Favelinha do Universitário” 

0
240

A ocupação irregular localizada atrás da antiga Cooperativa, na Rua Virgílio Corradi, no bairro Universitário, tornou-se um foco crescente de criminalidade e insegurança. Conhecida popularmente como “Favelinha do Universitário”, a área tem sido associada a uma escalada de crimes graves e recorrentes, incluindo tráfico e uso de drogas, furtos, roubos, violência doméstica, sequestros e até tentativa de homicídio. 

A invasão começou ainda de forma tímida, durante a gestão do ex-prefeito Osmando Pereira, mas se intensificou nos últimos anos, agravada pela indefinição sobre a posse do terreno, que estaria situado em faixa de domínio do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais. Mesmo com uma visita prometida pelo órgão estadual em maio de 2024, nenhuma ação foi realizada até agora, o que reforçou o sentimento de abandono entre moradores e comerciantes da região. 

Em meio à omissão prolongada das autoridades, a situação ganhou destaque após reportagem do Jornal S’PASSO, publicada no início de maio, que expôs os impactos diretos da violência na rotina e na economia do bairro. A repercussão levou, enfim, a uma resposta mais contundente do poder público. 

Nesta semana, equipes da Prefeitura, acompanhadas pela Polícia Militar, realizaram uma operação para impedir a ampliação da ocupação irregular às margens da rodovia MG-050. No local, onde já existem diversos barracões erguidos sem autorização, um novo barracão estava em fase inicial de construção. Segundo os relatos, uma criança de oito anos foi encontrada sozinha no terreno, tomando conta de ferramentas enquanto aguardava o pai, que teria saído em busca de mais materiais para erguer a estrutura. 

A presença constante da criminalidade na área tem gerado preocupação. Nos últimos meses, a “favelinha” foi cenário de diversos registros policiais relacionados ao tráfico de drogas, além de um caso de sequestro envolvendo um usuário que teria sido mantido em um dos barracões após consumir entorpecentes. Também foram registradas denúncias de pedras e outros objetos arremessados na rodovia, supostamente por moradores da ocupação em protesto contra as ações de desocupação. 

Reforçando o combate à criminalidade, na quarta-feira, 28, a 9ª Companhia da Polícia Militar Independente, realizou uma operação no local. Após denúncias anônimas, militares abordaram uma mulher de 29 anos na ocupação e encontraram com ela dois simulacros de arma de fogo, uma pedra de crack de tamanho considerável com potencial para render cerca de 100 porções menores, doze pedras menores de crack já prontas para a venda, um telefone celular e uma faca com vestígios de droga. A autora foi presa e encaminhada, junto com o material apreendido, para a Delegacia de Polícia Civil. 

A operação integra uma mobilização mais ampla da Polícia Militar e da Prefeitura para retomar o controle da área, coibir a criminalidade e evitar a expansão da ocupação irregular. Segundo fontes da administração municipal, outras ações de fiscalização estão previstas para os próximos dias.