Políticos da oposição, que pediram intervenções no trânsito, reagem às faixas elevadas e alegam falta de sinalização

Ocorrências de acidentes nas vias da cidade essa semana indicam que condutores de veículos estavam em alta velocidade e não notaram as mudanças

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A instalação de faixas elevadas de pedestres em vários pontos da cidade, em atendimento à solicitação da população e de indicações dos vereadores, tem o propósito de reduzir os elevados números de acidentes de trânsito, de acordo com a gerente superior de Trânsito e Transportes, Cíntia Valadares. Entretanto, por causa de algumas ocorrências, em que condutores de veículos se acidentaram exatamente nas faixas elevadas, o assunto foi para outro caminho e as críticas ao setor da administração municipal tomaram grande proporção.

Os mesmos que pediram a colocação de equipamentos nas vias da cidade para diminuir os acidentes – quebra-molas, faixa elevada, sinalização etc. – pontuam que a Gerência de Trânsito falha ao não planejar o serviço e os avisos das intervenções não chegam antes das mesmas serem realizadas.

Durante essa semana várias foram as postagens de políticos – com mandato e pretensos candidatos – colocando a culpa na administração municipal pelos acidentes ocorridos nos locais onde foram instaladas as faixas de segurança.

Conforme o Jornal S’PASSO tem divulgado, a partir de dados da Gerência Superior de Trânsito e Transportes, foram crescentes os números de ocorrências na cidade nos anos de 2022 e 2023. Para Cíntia Valadares, os “números absurdos” de acidentes levam o setor a tomar medidas que são necessárias para “frear” motoristas e condutores de motocicletas imprudentes, que não respeitam os limites de velocidade, as faixas de pedestres e, até os semáforos.

Em 2022 foram 1.497 acidentes envolvendo veículos e pedestres, com 2.648 feridos e 15 óbitos. Em 2023, a cidade registrou 1.588 acidentes; 2.639 feridos e 11 óbitos.

Comandante da PM enfatizou trabalho junto com a administração para instalação das faixas elevadas

Em recente entrevista ao Jornal S´PASSO, o comandante da Polícia Militar de Itaúna e Itatiaiuçu, da 9ª Cia. PM Ind, major Antônio Carlos Teixeira de Souza, afirmou que a questão do trânsito tem novas situações a todo momento, uma vez que o número de veículos cada vez é maior e, com isso, é maior também o número de acidentes. E a principal questão, na sua avaliação, é a falta de educação no trânsito quando as pessoas, infelizmente, deixam de observar as regras, tanto dos pedestres, quanto aquelas que regulamentam as vias, descumprindo normas.

O comandante enfatizou na ocasião que o trabalho da PM, em parceria com a Prefeitura, é o de buscar meios de diminuir os índices de ocorrências, como a instalação de novas faixas elevadas de pedestres para que melhore o trânsito próximo de escolas, hospitais, onde há maior fluxo de pessoas.

“Temos observado que esses dispositivos induzem o condutor a respeitar o pedestre, com a redução de velocidade naquele trecho, facilitando também para as pessoas que têm dificuldade de locomoção, como cadeirantes”.

Eles não sabem o que querem e em época de campanha fazem de tudo para ter palanque

            Há algumas semanas os vereadores Antônio de Miranda (União Brasil) e Aristides Ribeiro (PMN) comentaram na reunião do Legislativo sobre um acidente envolvendo uma motocicleta BMW 1250GS e um Fiat, no cruzamento das ruas José Carneiro Enock e Francisco Alberto, no bairro Várzea da Olaria.

Antônio de Miranda afirmou que mesmo havendo placa de “Pare” no local, era preciso “a colocação de melhor sinalização, quebra-molas, faixa elevada de pedestres ou os chamados traffic calming, que são pinturas ao longo das pistas para diminuir a velocidade dos veículos”.

 Aristides Ribeiro pontuou na ocasião: “é fazer obras nas pistas, como quebra-molas”.

Essa semana, os vereadores da oposição fizeram postagens nas redes sociais sobre o tema com muita veemência naquilo que chamam de “incompetência ou má administração”. E, na reunião da Câmara Municipal, na terça-feira (4), o assunto foi trazido nas falas de Antônio Miranda, Aristides Ribeiro e Kaio Guimarães (PMN). Nenhum deles questionou o excesso de velocidade dos condutores de veículos ou fez qualquer menção à imprudência no trânsito. Para eles, a Prefeitura erra na mão quando realiza as obras e não coloca placas de advertência, sinalização indicando que as intervenções foram realizadas.