População do Nogueira Machado denuncia que Praça Celi é ponto de tráfico, uso de drogas e cenas de sexo

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A Praça Celi, localizada entre os bairros Nogueira Machado e Pio XII, que antes era um local de divertimento, prática dos esportes e eventos artísticos, agora se transformou. Quem passa pelo local após às 19h tem medo e os moradores, que antes viviam sossegados, agora estão em alerta constante.

Isso porque o ambiente ficou “inóspito”, segundo os vizinhos da Praça, uma vez que ao cair da noite diversos criminosos passaram a frequentar o local. Em denúncia ao Jornal S`PASSO, os moradores revelam que já cansaram de presenciar o tráfico e uso de drogas no local. “Como se não bastasse o tráfico, a Praça Celi passou a receber nas madrugadas carros de som que promovem a famosa disputa conhecida como racha de som”.

Outro denunciante que não quis se identificar, revelou à reportagem que no último final de semana ocorreu uma das disputas de “racha de som automotivo”, que foi realizado na porta de um bar alternativo, que fica em frente à Praça Celi.

“Pude notar pela janela de minha casa, que os motoristas se concentram no local, onde exibem carros, sons e motores. Fazem o uso de bebida alcóolica e drogas e, após perturbar bastante a vizinhança, partem em alta velocidade para disputas perigosas de rachas de velocidade. Não chamamos a polícia porque ficamos com medo de retaliação, pois já vimos gente armada entre eles”, relata.

Segundo testemunhas, há ocorrência de sexo explícito, frequentadores exibindo armas de fogo, urinando e defecando nas proximidades.

Cena de sexo explícito nas redes sociais vira tema de Comissão Especial na Câmara

Em meio às diversas denúncias de perturbação de sossego, tráfico e uso de drogas, além de posse ilegal de arma de fogo nas imediações da Praça Celi, esta semana surgiu mais uma denúncia: a de sexo explícito em plena via pública, durante um evento promovido por um bar alternativo.

Cenas gravadas por celular flagram um casal fazendo sexo em frente à quadra da Praça Celi, no passeio da Avenida Jove Soares. A cena mostra os jovens empolgados em pleno ato.

Pelas redes sociais, diversas pessoas destacaram a gravidade da situação, uma vez que fazer sexo em via pública é considerado crime, sendo enquadrado como ato obsceno pelo Código Penal Brasileiro, no artigo 233, que proíbe “praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público”. A pena para o ato obsceno é de detenção de três meses a um ano ou multa.

O ocorrido foi denunciado na Câmara e os vereadores Kaio Guimarães, Tidinho e Gustavo Barbosa pediram a instalação de uma Comissão Especial para investigar. “Está havendo perturbação de sossego dos vizinhos naquela região. É justamente por isso que vamos fiscalizar e cobrar soluções para resolver o problema”, disseram vereadores.

Gustavo Barbosa lembrou que a comissão é limitada, mas que os próprios parlamentares podem realizar denúncia junto ao Ministério Público. “Ninguém aqui tem nada contra nenhum estabelecimento comercial, mas esses fatos que foram narrados e publicados nas redes são de assustar. Vamos falar sempre a palavra possivelmente, porque não temos poder de julgar, mas vamos apurar. Essa Comissão não terá medo, vai buscar esclarecer os fatos e levá-los às autoridades competentes”.

Denúncia também na tribuna

O vereador eleito, Guilherme Rocha, também ocupou a tribuna da Câmara para falar das denúncias envolvendo os últimos episódios no entorno da Praça Celi. Segundo Guilherme, a perturbação de sossego vem ocorrendo há alguns anos, no entanto, somente agora o tema ganhou repercussão devido à divulgação de vídeos nas redes sociais.

“Foram gravados muitos vídeos pesados no entorno da Praça Celi. Gravação de pessoas urinando fora do local adequado, armadas e até fazendo atos libidinosos no meio da rua. Os moradores do entorno estão revoltados, mas também com medo de fazer as denúncias por meio de ocorrência, identificando eles mesmos como vítimas”, diz.

O vereador recém-eleito disse que tentou contato com alguns empresários da região e que apenas alguns se abriram ao diálogo.

“A gente sabe que tudo que ocorre pode não ser culpa do estabelecimento que promove eventos na região, no entanto, algumas atitudes dos empresários não estão dentro do que a população espera. Não é a cidade que tem que se adaptar aos empresários, e sim os empresários que devem se adaptar ao cotidiano e normas de convivência da cidade”.

Rocha explicou que devido aos pedidos de moradores, procurou orientações junto da Polícia Militar sobre às denúncias, mas a corporação estava fazendo outras diligências mais graves na madrugada do último sábado.

“A PM me orientou sobre os fatos que envolvem perturbação de sossego, informando que os moradores podem acionar a polícia através do 190, garantido a lavratura da ocorrência em separado dos autores. Em sequência, os militares irão até o local para autuar e fazer a dispersão dos envolvidos”.

Implementação da Guarda Municipal é cobrada

Vereador diz que tratativas acerca da melhoria na segurança pública estão sendo discutidas com o prefeito eleito Gustavo Mitre, e que em médio prazo população “terá uma grata surpresa”

O projeto de Lei Complementar criando a Guarda Municipal de Itaúna foi aprovado em 2013, mas ainda não foi implementado e continua sendo um tema frequente de discussões da Câmara.

Esta semana, após as denúncias da situação de insegurança e intranquilidade da comunidade do entorno da Praça Celi serem levadas ao plenário, o vereador Ener Batista, cobrou novamente a implementação da Guarda Municipal na cidade.

“Como operador de segurança há 15 anos, acredito que é preciso investir na implementação do projeto e garantir uma guarda com força de polícia municipal, como feito nas fronteiras do país. Isso, com certeza, inibirá essas ações que estão ocorrendo em vias públicas”.

O vereador fez um apelo ao futuro prefeito, indicando que há formas inteligentes de implementar o projeto. “Hoje é muito cômodo para qualquer prefeito falar que segurança pública é obrigação do estado, mas o prefeito responsável com a segurança dos cidadãos do seu município não deve pensar assim”.

Já o vereador Gustavo Barbosa, afirmou que tratativas acerca da melhoria da segurança pública estão sendo discutidas com o prefeito eleito Gustavo Mitre, e que em médio prazo, tanto o vereador Ener Batista, que não estará na próxima legislatura, quanto a população, “terão uma grata surpresa”.