Foram várias as reclamações sobre a mudança de endereço do Posto Avançado do Migrante, que atende pessoas em situação de rua e migrantes que passam pelo município. O posto que funcionava no andar superior da rodoviária foi fechado recentemente e passou a funcionar na sede do Centro de Referência Especializado de Assistência Social –CREAS, localizado na rua José Lara de Oliveira, 20, no bairro de Lourdes.
Na mesma semana do anúncio, os moradores do bairro de Lourdes se revoltaram, afirmando que a mudança iria aumentar ainda mais o número de pessoas em situação de rua que ocupa a Praça do Centro Social Urbano.
Esta semana, o Posto Avançado do Migrante mudou novamente e está funcionando em uma sala anexa à Casa dos Conselhos e Associações, na Rua Godofredo Gonçalves, no Centro. O local é de fácil acesso e conhecido pelas pessoas em situação de rua, pois antes da inauguração da nova Sede da Prefeitura e do próprio CREAS, a Secretaria de Desenvolvimento Social funcionou no local, onde eram centralizados todos os atendimentos às pessoas em vulnerabilidade social.
Os embarques disponibilizados aos migrantes continuam sendo feitos para os destinos de Belo Horizonte, Carmo do Cajuru e para a grande São Paulo. Tem direito ao benefício os migrantes que não solicitaram o benefício nos últimos 12 meses. A concessão do benefício de passagem é fator decisivo para o controle da permanência dos migrantes no município. Porém, os usuários do serviço têm pedido a disponibilização de bilhetes para mais municípios da região, bem como outras capitais do país.
Taxistas e comerciantes confirmam que ambiente melhorou após mudança
O pedido de mudança do Posto do Migrante da Rodoviária foi feito pela Diretoria de Trânsito, devido ao grande número de reclamações de passageiros, comerciantes e taxistas que trabalham próximo ou fazem o uso constante da Rodoviária de Itaúna.
A mudança de endereço ocorreu há duas semanas e segundo taxistas e comerciantes ouvidos pela reportagem, o ambiente melhorou 90%. De acordo com Sérgio Monteiro, proprietário de uma mercearia que fica ao lado do terminal, os furtos ao seu comércio não acontecem mais e a região está mais organizada.
“Realmente melhorou bastante, inclusive os furtos pararam de ocorrer. Eles entravam em minha mercearia e furtavam lãs de aço para fazer o uso de drogas, ou alimentos para trocar em bocas de fumo. A gente ainda vê alguns moradores de rua nas proximidades, mas não em grande quantidade como era anteriormente”, revela Sérgio.
Dois taxistas que conversaram com nossa reportagem destacaram que o ambiente está mais limpo e bem organizado, sem permanência de pessoas em situação de rua. “Antes eram colchões, roupas e cobertores espalhados por todo lado. Muitas brigas entre eles e com servidores da rodoviária e o banheiro que é de uso público ficava sempre sujo, pois eles se lavavam lá dentro com água da torneira. Hoje a gente não vê nada disso”, disse um dos taxistas que pediu para não ser identificado.
A reportagem entrou em contato também com a Associação dos Taxistas de Itaúna que em nota, parabenizou a prefeitura pela mudança do posto do Migrante para outro local. “A situação que imperava aqui não era normal, além disso prejudicava muito, tanto os comerciantes, quanto nós taxistas. Os passageiros, muitas vezes deixavam de pegar corridas de táxi na parte superior do terminal rodoviário por medo das pessoas em situação de rua, que em sua maior parte são agressivas e estão entorpecidas pelo uso excessivo de drogas. O resultado e o aumento nas corridas têm vindo pouco a pouco, mas já é um grande avanço”, diz a nota.
“Marmitex causam sujeira e riscos à Saúde”
Ainda em nota, a entidade pontua que o único problema enfrentado no local atualmente é a sujeira deixada pelas pessoas em situação de rua, que consomem marmitas doadas todos os dias da semana.
Segundo a Associação dos Taxistas, projetos sociais, igrejas e representantes de comunidades terapêuticas deixam marmitex na parte da noite todos os dias. “Tem que haver uma regulação neste sentido; essas entidades deixam até três marmitex com cada um e depois que eles comem, espalham pelo chão da rodoviária e nos jardins do entorno. Em outras cidades há uma regulação da Vigilância Sanitária neste sentido e as comidas não podem ser feitas e distribuídas de qualquer forma e sem uma avaliação técnica, já que pode inclusive causar risco à saúde dessas pessoas”, critica nota.
A entidade, cuja maioria dos integrantes é de taxistas da rodoviária disse que além da regulação na distribuição de alimentos, vai cobrar da Prefeitura a melhoria da segurança do local, além da implantação de gradil no entorno, instalação de novas câmeras e a implementação de uma base da Polícia Militar na parte superior da rodoviária.