A denúncia que trouxe à tona suspeitas de ter havido troca de votos por cargos na eleição do vereador Antônio de Miranda, o “Toinzinho do Sô João”, para a presidência da Câmara, foi o tema que dominou as conversas políticas esta semana. E um dos supostos envolvidos, o vereador Kaio Guimarães, apesar de ter gravado um vídeo tentando creditar a denúncia a desafetos políticos, não parece ter tido sucesso em explicar os fatos.
Isto porque Kaio foi de um extremo ao outro com seu voto, na legislatura passada e nesta: em 2021, durante a votação de um projeto que tratava das exigências para os cargos de gerência e chefia na Câmara ele apresentou quatro emendas. Kaio e defendeu e necessidade de ser obrigatório o diploma superior para essas funções, incluindo para os profissionais da Comunicação e do Compras.
Na ocasião, três emendas foram rejeitadas, e apenas uma foi aprovada: a que estabelecia a exigência de diploma para o cargo de Chefe de Comunicação.
Porém, na votação que ocorreu na última semana, Kaio Guimarães mudou completamente seu posicionamento e votou a favor de um projeto que retirava a exigência de diploma para o cargo de Comunicador da Câmara. Segundo denúncia encaminhada ao Jornal S´Passo, a mudança teria sido porque ele, supostamente, teria indicado um profissional para o cargo, como compromisso de dar seu voto ao vereador Toinzinho.
Estranheza
Eleito com o apoio dos Conservadores Cristãos de Itaúna, a conduta de Kaio gerou desconforto e desconfiança entre membros grupo, que sempre se mantiveram fiéis a princípios como a defesa de interesses coletivos em detrimento de particulares.
O Jornal S’Passo teve acesso a um comentário de um dos integrantes do grupo, que expressou preocupação com a mudança de postura de Kaio. O questionamento girou em torno da hipótese de que o vereador, para atender a um interesse pessoal, poderia estar agindo contra o que seria o interesse público ao flexibilizar a exigência para um dos cargos mais importantes da Câmara.
“Não acredito que você tenha cometido um erro irreparável, mas a questão que preocupa é outra. Um político cristão, como é o seu caso, que construiu um bom capital político se posicionando contra o sistema, precisa ter cuidado ao passar uma mensagem contraditória aos seus eleitores. Quando se toma uma decisão como essa, especialmente sob pressão e, aparentemente, por motivos pessoais, isso pode abalar a confiança daqueles que sempre o apoiaram”, disse o membro do grupo em seu desabafo.