Entre 2017 e 2019, 46 concessões de terrenos foram feitas pelo município para ampliação e instalação de empreendimentos
É possível afirmar que uma das maiores preocupações deste ano, além da pandemia, foi a garantia de emprego e renda. Os índices de desemprego são fator decisivo para a recuperação econômica de municípios após os momentos de crise e, em Itaúna, a situação avança com bons resultados. Após cinco meses de números positivos no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a cidade teve também crescimento de 7,7% no Produto Interno Bruto (PIB) durante o terceiro trimestre de 2020. O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade.
Olhando para trás, o município está colhendo os movimentos feitos nos últimos anos em prol do desenvolvimento industrial e empresarial. De 2017 a 2019, a Prefeitura de Itaúna autorizou a concessão de 44 terrenos a empresas que pretendiam ampliar suas atividades e dois outros foram destinados a novas companhias, a Cimentão, já operando na região do bairro João Paulo II, e a IHM, que se instalará no Distrito Industrial. Uma das mais importantes concessões foi, na verdade, a duplicação da fábrica da Belgo Mineira Bekaert na cidade, que gerará, em alguns meses, 850 empregos diretos. O faturamento estimado da unidade em 2021 é de mais de R$ 1 bilhão, tornando-se a maior fábrica de cordoalha (arame torcido) de aço da América Latina.
Ganha a cidade, mas, principalmente, os cidadãos. Itaúna é a terceira cidade do Centro-Oeste com maior geração de emprego em 2020, de acordo com o Caged. Além disso, entre as 979 vagas captadas pelo posto de atendimento do Sine Itaúna até 31 de novembro, 64,9% eram referentes a empresas contratando para ampliar seus quadros de empregados, ou seja, 635 postos de trabalho foram criados.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Cultura, Diógenes Vilela, ressalta que a administração tem se atentado para isso e pretende investir na qualificação da mão de obra itaunense. “Agora a gente observa que temos um número bem reduzido de pessoas desempregadas na cidade, mas queremos fazer diferente, não só trazer empresas para gerar empregos, mas qualificar as pessoas da cidade para que tenham melhores salários e oportunidades. A proposta nossa junto ao Sine é criar uma estrutura para fazer a capacitação de funcionários ou parceria com as escolas e faculdades da cidade, para qualificarmos esse cidadão”, explicou.
Diógenes lembra ainda que o trabalho tem sido contínuo, mesmo neste ano em que não pode haver concessões por parte do poder público. O município não tem trabalhado mais com doações, para assegurar que os terrenos não sejam posteriormente vendidos ou usados para enriquecimentos apenas dos empresários. São feitas reuniões semanais com empresas interessadas em investir no município, o foco agora é preparar a cidade para que esses investimentos possam chegar nos próximos anos. “Temos buscado em outros municípios empresas que queiram ampliar seus negócios, é um trabalho constante. Para o próximo ano, a expectativa é de um novo distrito industrial. Já temos alguns terrenos, áreas da prefeitura que estão inutilizadas e que vão provavelmente a hasta pública ou leilão. Com o dinheiro desse leilão, serão direcionados recursos para a compra de um novo distrito, para que tenhamos uma nova área para atrair investimentos”, destacou o secretário.