Primeiros envolvidos nos atos golpitas em Brasília viram réus por associação criminosa armada

Por todos o país militantes da direita radical, apoiadores das manifestações que destruíram órgãos dos Três Poderes, estão com medo de serem descobertos

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Depois que a grande imprensa em todo o país noticiou que o Supremo Tribunal Federal já tinha maioria para receber a denúncia da Procuradoria Geral da República e transformar em réus os primeiros 100 acusados de participação das ações criminosas do dia 8 de janeiro em Brasília, muita gente da extrema direita tem vivido momentos de grande preocupação, com medo de também ser descoberta.  

Os primeiros ministros do STF a votarem em favor da primeira medida para a condenação dos golpistas de Brasília foram o relator do caso, Alexandre de Moraes, mais Dias Toffoli, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso. Os demais têm até o dia 24 desse mês para dar seu voto, que poderá não reverter a decisão, a menos que algum dos que votaram favorável ao parecer de Alexandre de Moraes mude de lado. Restam ainda os votos dos ministros Rosa Weber, Luiz Fux, Nunes Marques e André Mendonça.

As denúncias contra os acusados – muitos desses financiados por empresários altamente devedores do fisco – foram assinadas pelo subprocurador-geral Carlos Frederico Santos, coordenador do “Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos” na PGR. A ação penal imputa aos acusados os crimes de associação criminosa armada; abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça com emprego de substância inflamável contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado.

Entre os acusados há também a responsabilização por incitação de golpe através das forças armadas contra os poderes constituídos. O Supremo Tribunal Federal não está avaliando ainda a condenação dos acusados, mas a aceitação da denúncia da PGR. Se isso acontecer, os participantes dos atos em Brasília serão transformados em réus e começará a fase processual, com tomada de depoimentos de testemunhas (defesa e acusação) e oitiva dos réus antes do julgamento que determinará condenação ou absolvição.

Tem itaunense preocupado com os desenrolar dos acontecimentos

O Jornal S’PASSO tem informações de que em Itaúna muitos membros da direita, antes muito frequentes nas redes sociais para incitarem manifestações contra os resultados das urnas em outubro – que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, para a Presidência da República – estão apavorados ante as últimas notícias do STF. Se não há participação direta de itaunenses naqueles atos de destruição dos poderes em Brasília, houve a intenção de muitos em estarem nessas ações uma vez que os movimentos que antecederam o 8 de janeiro foram bastante evidenciados por aqui. E há indícios, segundo uma fonte, de que empresários locais deram sua contribuição financeira para custear as viagens, material de apoio logístico e outros meios de sustentação dos atos golpistas. Bloqueio de rodovias com queima de pneus e barreiras humanas, desfile à porta do Tiro de Guerra – com direito à saudação militar de continência – e outras ações, sempre com muito verde e amarelo, tornaram-se rotina para muitos itaunenses antes e depois dos resultados das eleições de Lula. Isso, até que foram expostos em todo o mundo os atos criminosos perpetrados pela direita radical no dia 8 de janeiro na capital federal.

Em Divinópolis

A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (18) mais 13 suspeitos de envolvimento nos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Outros três alvos de mandados são tratados pela corporação como foragidos. Os mandados de prisão preventiva foram cumpridos no Distrito Federal e em sete estados: Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Na 10ª fase da operação Lesa Pátria, sete alvos já foram presos: Sílvio de Melo Rocha, Dalila Gonçalves de Carvalho, Aline Leal Bastos Morais de Barros, Sara Sany Silva e Pinto e Marco Túlio Rios Carvalho (que já estava em prisão preventiva). Uma empresária de Divinópolis foi alvo de buscas.