Professores da rede Estadual falam sobre as novas diretrizes para o ensino médio em 2025

Mudanças curriculares e expansão de programas focam em inovação, leitura e qualificação profissional, com destaque para o Trilhas de Futuro nas Escolas

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A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais promoveu, esta semana, um encontro virtual para divulgar as novas diretrizes curriculares que serão aplicadas ao ensino médio a partir de 2025. O evento, transmitido pelo canal Estúdio Educação no YouTube, trouxe uma visão detalhada sobre as principais mudanças que visam aprimorar o ensino, com foco em inovação, leitura e qualificação profissional.

Na abertura da live, a superintendente de Políticas Pedagógicas da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, Rosely Lima, destacou as legislações que definem as novas bases para o ensino médio em todo o país. “A SEE está colaborando com o Ministério da Educação (MEC) no desenvolvimento dessas orientações, que serão publicadas até o fim do ano”, afirmou Rosely Lima.

A apresentação abordou as alterações que entrarão em vigor no próximo ano letivo, com comparações das normas atuais e futuras para o ensino médio regular, noturno, em tempo integral e profissionalizante. A live está disponível no canal Estúdio Educação, no YouTube.

Principais Mudanças

Entre as novidades está a inclusão de uma aula extra do componente “Projeto de Vida” para os alunos do 1º ano, que desempenha um papel essencial ao promover o desenvolvimento das competências socioemocionais dos estudantes.

Outras mudanças incluem a reformulação do itinerário formativo nas áreas de tecnologia e inovação, voltado para o 1º período do ensino médio e da Educação de Jovens e Adultos noturna, focado no desenvolvimento científico, empreendedorismo e criatividade.

As novas diretrizes estão alinhadas ao Projeto de Leitura e Escrita, projeto para fortalecer a prática da leitura literária no 1º e 2º anos e intensificar a produção textual no 3º ano, especialmente na preparação para o Enem, com o apoio da plataforma Enem MG.

Ensino Médio Integral e Profissionalizante

A proposta para o ensino médio em tempo integral segue uma arquitetura curricular semelhante ao ensino regular, mas com maior carga horária para aprofundamento de vivências e experiências educacionais. Em resposta à defasagem de aprendizado ocasionada pela pandemia, as novas diretrizes dobram as aulas de língua portuguesa e matemática, de três para seis semanais.

Uma das professoras da Rede Estadual que pediu para não ser identificada, em contato com a reportagem do Jornal S`PASSO, disse acreditar no Projeto de Vida e nos itinerários sendo bem elaborados e colocados em prática sob coordenação de profissionais qualificados. Mas enfatiza ser necessário investir na qualificação dos professores para um bom desempenho e desenvolvimento dos alunos.

“Penso também que essa falta de dedicação seja por uma desvalorização quantitativa. Infelizmente o governo quer somente gráficos de aprovação dos alunos e não estudantes qualificados e pensantes”, destaca.

Para a professora Maria Rosa Fonseca, a iniciativa seria louvável, se existisse por parte do Governo de Minas, pelo menos uma estrutura de treinamento aos servidores públicos. “O Governo Estadual quer apenas mostrar números, e quer mostrar o que de fato não ocorre na realidade. A prova disso é empurrar a gestão dos alunos do estado aos municípios. Se o Governador municipalizou escolas, será que o estado está realmente preparado para implementar essas novas diretrizes”, questiona.

Para Vicente Nogueira, essa é mais uma manobra do governo para jogar a responsabilidade da educação estadual nas costas dos professores. “Não foi mencionado até o momento nas diretrizes, se nós educadores iremos contar com o apoio de psicopedagogas, que é a estrutura básica para fazer um acompanhamento unipessoal com cada aluno sobre suas qualidades e perfil profissional”.

O professor enfatiza também a falta de infraestrutura mínima em algumas escolas para a implementação das áreas de tecnologia e inovação. “A pergunta a se fazer é a seguinte: como o governo do estado irá implementar disciplinas de tecnologia e inovação, se as próprias escolas não contam com infraestrutura tecnológica? Algumas sequer tem o básico”, diz revoltado.