Após o incêndio devastador nos galpões da Cooperativa de Reciclagem e Trabalho, em outubro do ano passado, quando o fogo consumiu uma área de aproximadamente 20 hectares na região da Fazenda Três Barras, a separação dos materiais recicláveis em Itaúna continua sendo realizada de forma improvisada, a céu aberto. E apesar dos vários esforços que a cooperativa tem feito, a ajuda ainda não foi suficiente para auxiliar as 86 famílias que dependem da Coopert.
Esta semana, representantes da Coopert se reuniram com o prefeito Gustavo Mitre para discutir as necessidades da cooperativa e alinhar estratégias para garantir a continuidade da gestão de resíduos sólidos e a promoção da sustentabilidade no município.
Em entrevista ao Jornal S’Passo, Madalena Duarte, fundadora da cooperativa, explicou que o principal objetivo da reunião foi estreitar a parceria com a prefeitura. “Discutimos principalmente a necessidade urgente de reconstruir a estrutura da cooperativa, que foi severamente danificada pelo incêndio”, destacou Madalena.
“Ainda precisamos de ajuda”
Madalena afirma que as doações recebidas via PIX de membros da comunidade e empresários foram fundamentais para a manutenção das atividades até o momento. As contribuições ajudaram, entre outras coisas, a cobrir o custo do transporte de uma prensa emprestada de uma associação da Zona da Mata.
Contudo, ela ressalta que as doações cessaram. “Essa ajuda foi muito importante nos primeiros momentos, mas reforçamos a necessidade de continuidade das doações, já que ainda não temos um galpão construído”, afirma.
Atualmente, o único apoio contínuo vem do SAAE, que fornece caminhões pipa com água potável para os cooperados semanalmente.
Danos irreparáveis
Madalena disse ao Jornal S’Passo que, após avaliação, os equipamentos da cooperativa – incluindo esteira, prensa e outros maquinários – não têm conserto. “Todos viraram sucata após o incêndio”, lamenta. Segundo ela, o levantamento aponta que serão necessários cerca de R$8 milhões para a reconstrução do galpão, implementação de sistemas elétrico e hidráulico, além da aquisição de novos equipamentos.
Aguardando recursos
Apesar de algumas emendas já estarem previstas, a Cooperativa ainda enfrenta dificuldades para acessar os recursos. Os R$300 mil de emendas impositivas dos vereadores não foram liberados devido à pendência na documentação da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Itaúna, Ascaruna, que precisa ser reconhecida de Utilidade Pública para receber os recursos.
Além disso, a emenda de R$600 mil da deputada Lohanna França só será paga no segundo semestre, devido aos trâmites legais que envolvem os repasses estaduais.
Madalena também informou que a empresa Alfa não realizará mais o desmanche do galpão incendiado. A remoção da estrutura está sendo reavaliada junto à Secretaria Municipal de Infraestrutura, após sinalização positiva do prefeito Gustavo Mitre.
A fundadora da Coopert destaca que a principal ação da Coopert é buscar apoio junto aos Governos Estadual e Federal para a aquisição de maquinários e recursos necessários para a reconstrução. “Já solicitamos uma reunião com o Governador Romeu Zema para discutir a importância do trabalho da cooperativa para nossa região e buscar recursos e apoio para a reconstrução”.