Vários momentos de despedida da rainha da Irmandade das Sete Guardas de Reinado de Nossa Senhora do Rosário de Itaúna, Dona Çãozinha Basílio, aconteceram desde que foi anunciada sua morte, na noite desta terça-feira (26), aos 98 anos. A matriarca da família de congadeiros foi velada no velório central, onde foram entoados vários cantos durante à noite, durante a madrugada e em todo o dia que antecedeu ao sepultamento. Na tarde desta quarta-feira (27) foi realizado o ritual de ‘descoroação’ da rainha, pelo capitão-mor Mário, auxiliado por capitães representantes das Sete Guardas Nossa Senhora do Rosário. O corpo de Dona Çãozinha foi levado em cortejo de carro do velório para as proximidades de sua casa, no tradicional “barranco” – quartel-general dos congadeiros – para a capela do alto do Rosário, sede da Irmandade, e para o sepultamento no cemitério central às 17 horas, com muito canto, preces e palavras de homenagens. Uma multidão de familiares e amigos, além de políticos e pessoas ligadas ao Reinado de Nossa Senhora do Rosário, acompanharam os eventos de despedida, mas as caixas do Congado permaneceram em silêncio durante todo o cortejo e nos ritos finais do sepultamento.
Maria da Conceição de Jesus, a Dona Çãozinha, nasceu em 1925 e tornou-se, ainda menina, rainha de Santa Efigênia e posteriormente, representante da Irmandade das Sete Guardas de Nossa Senhora do Rosário. Ela é, com certeza, patrimônio cultural e religioso de Itaúna, representante desta tradição da cultura afro-brasileira que tem o seu ponto alto nos eventos que acontecem na primeira quinzena de agosto.