Resultados das eleições presidenciais repercute na Câmara

Vereadora Edênia Alcântara afirmou que bolsonaristas estão protagonizando cenas de ameaça às pessoas e à democracia e convocou os colegas a reagirem

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Dois dias depois do anúncio dos resultados das eleições no segundo turno, que deu vitória ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para dirigir o país a partir de 2023, poucos  vereadores se manifestaram acerca do momento e a vitória do petista sobre o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Numa Câmara formada quase que majoritariamente por ‘bolsonaristas’, o silêncio foi a escolha de quase todos. A vereadora Edênia Alcântara (PDT), foi umas das que romperam o silêncio. Ela falou da vitória do ex-presidente e disse que só não estava completamente satisfeita por causa da reação negativa  e muitas vezes violenta dos derrotados, em focos de contrariedade por todo o país, inclusive com o bloqueio de rodovias e ameaça à democracia. “Eu poderia estar aqui hoje me dizendo aliviada com os resultados do último domingo. Mas não, estou trêmula, nervosa e todos que conheço estão com medo. Estou com medo de sair na rua. Estou sendo atacada nas redes sociais”, reclamou. A vereadora criticou as barricadas nas rodovias cerceando o direito de ir e vir e impedindo que estudantes se desloquem para faculdades. Ela disse que trabalhadores não estão podendo cumprir suas funções nas empresas fora das cidades de origem e serviços importantes, como transporte de alimentos e de saúde, não estão sendo realizados plenamente. Por fim, ela cobrou dos colegas uma posição contra essa onda “de terror” orquestrada pelo presidente da República Bolsonaro, que ficou calado diante dos resultados das urnas, mas que tem insuflado a rebeldia dos perdedores.

Antônio de Miranda (PSC) afirmou também que é necessário que todo o Brasil respeite os resultados das urnas, democraticamente. Que não é hora para protestar e, muito menos, questionar as urnas eletrônicas, instrumento com que todos os eleitos nos últimos anos se beneficiaram. “Se eu for desconfiar das urnas vou desconfiar da minha própria eleição”, analisou.

O presidente do legislativo, Alexandre Campos (União Brasil), também se pronunciou sobre os resultados do segundo turno e disse que a hora é de aceitar o que as urnas trouxeram de um processo democrático. O presidente da República Jair Bolsonaro precisa reconhecer os resultados das eleições e o presidente eleito começar o processo de transição para um novo governo. Campos criticou os manifestantes que estão indo para as ruas no país numa atitude que condenavam nos seus adversários da esquerda, quando os chamavam de baderneiros. “É preciso respeitar os resultados das eleições e deixarem as paixões de lado”, recomendou.

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