Na reunião da Câmara, terça-feira passada (23) o vereador Leo Alves (Podemos) contou que tivera informações de que pedintes em Itaúna estariam intimidando pessoas ao solicitar ajuda, especialmente quando lhe era negado o dinheiro. Outro vereador, Fares Neto (PV), acrescentou que essas abordagens são perigosas pois os pedintes, muitas vezes usuários de drogas, “estão na fissura” e podem agredir as pessoas que não os atendem. Nas redes sociais, uma internauta manifestou indignação contra a Prefeitura por ter tirado objetos pessoais (cobertores, roupas e colchões) de moradores em situação de rua no centro da cidade.
Ouvido pela reportagem do Jornal S’PASSO, o secretário municipal de Desenvolvimento Social Élvio Marques contestou as informações justificando que sua secretaria, através do CRAS – Centro de Referência de Assistência Social e do CREAS – Centro de Referência Especializada de Assistência Social, tem atuação direta junto à população em situação de rua do município. O primeiro órgão cuida de questões mais simples de conflitos das pessoas em vulnerabilidade social, já o segundo, atende as rupturas de vínculos e o estabelecimento nas ruas dessas pessoas. Marques reiterou que a Prefeitura disponibiliza um serviço moderno e eficiente para essas situações e desde o ano passado conta com o Posto de Assistência Social (ou Posto do Migrante), instalado no prédio da Rodoviária, com atendente, assistente social e psicólogo cuidando das necessidades imediatas dessas pessoas. O serviço realiza emissão de documentos e até a doação de passagem para as cidades de origem dos forasteiros. No posto, a assistência psicológica procura conhecer quem são essas pessoas, os seus propósitos e se existe interesse em buscar alternativas para saírem das ruas. “Algumas dessas pessoas preferem continuar nas ruas, pois Itaúna é uma cidade que tem fama de ser muito caridosa, mas muitas das pessoas que reclamam da população em situação de rua são as mesmas que dão dinheiro, roupas, alimentos e até móveis para eles”, observou.
O secretário de Desenvolvimento Social ressaltou que não é verdade que a Prefeitura esteja tirando pertences dos que vivem nas ruas, tampouco os impedido de estar nos locais públicos, o que é um direito deles. “Todos têm o direito de ir e vir, garantia constitucional, mas eles não podem fazer dos espaços públicos a sua casa, colocando móveis, colocando varal de roupas nas portas dos prédios”, acrescentou.