No final de março, o Jornal S’Passo publicou uma reportagem sobre a greve dos trabalhadores da empresa Sideral que ocuparam a entrada da empresa durante oito dias, com cartazes e faixas, reivindicando vários benefícios.
As principais reivindicações dos trabalhadores são 10% de aumento salarial, vale-alimentação no valor de R$800,00, continuidade do fornecimento da cesta básica, construção de um novo refeitório e mais investimentos em segurança e saúde, com o objetivo de reduzir os acidentes de trabalho.
A primeira proposta apresentada pela empresa foi uma bonificação de R$300,00 para os funcionários, que seria incorporada na folha de pagamento até a conclusão da obra do novo refeitório.
No entanto, a empresa não apresentou proposta de aumento salarial, vale-alimentação, descanso em feriados ou melhorias nas condições de trabalho, o que foi decisivo para que os trabalhadores votassem e, por unanimidade, rejeitaram a proposta da empresa.
Negociações
O Sindicato dos Metalúrgicos tentou intermediar um encontro entre representantes da empresa, lideranças sindicais e o Ministério do Trabalho para conduzir as negociações, no entanto, o representante da Sideral não compareceu e a empresa não ofereceu nova proposta aos trabalhadores. Também informou que as horas que os trabalhadores ficaram parados durante o movimento seriam descontadas.
Sem avanço nas negociações e com a dificuldade pela falta de pagamento por parte da empresa, os colaboradores resolveram voltar ao trabalho e paralisar a greve momentaneamente.
Cerceamento de direitos
O Sindicato já está dialogando com os trabalhadores para que, caso a empresa não abra diálogo, a greve seja reiniciada em Itaúna e há uma articulação para que os trabalhadores da unidade de Pitangui também iniciem paralisação.
“Durante as manifestações em Itaúna, a empresa tentou, de todas as formas, desmobilizar a greve, possivelmente ordenado que empresas vizinhas à Sideral suspendessem o fornecimento de água aos trabalhadores que manifestavam no local”, destaca Noel Marcelo de Almeida, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos.
Movimentações na filial em Pitangui
Noel Marcelo afirma ainda que após a paralisação em Itaúna, o Sindicato tentou mobilizar os trabalhadores na portaria da filial da Sideral em Pitangui. Os sindicalistas solicitaram a parada do ônibus que faz o transporte dos colaboradores, no entanto, a empresa acionou a Polícia Militar, que empurrou, jogou spray de pimenta nas lideranças sindicais, não permitindo o diálogo do Sindicato com os trabalhadores”.
“Estamos firmes na luta em Itaúna e Pitangui e, caso a empresa não abra negociação com os trabalhadores, e não atenda às reivindicações, para garantir dignidade a eles, vamos entrar com denúncia formal no Ministério Público contra a empresa”, assegurou.