A desaceleração na demanda chinesa por minério de ferro está impactando profundamente o setor de mineração no Brasil. Um dos exemplos mais alarmantes é a decisão da JMN Mineração, subsidiária do grupo J. Mendes, que tem sede em Itaúna, de reduzir drasticamente sua força de trabalho em Minas Gerais, com o corte de mais de 230 funcionários. As cidades de Piracema e Desterro de Entre Rios, que dependem economicamente da atividade mineradora, já sentem os efeitos desse cenário desafiador.
Localizada na região central de Minas Gerais, a JMN Mineração anunciou uma reestruturação significativa, que inclui a redução de seu quadro de colaboradores de 359 para apenas 125. A medida, que entrou em vigor esta semana, também envolve mudanças no plano de produção para enfrentar as novas dinâmicas de mercado.
A decisão reflete a desaceleração na economia chinesa, que historicamente tem sido a principal consumidora de minério de ferro brasileiro. Nos últimos anos, a demanda por commodities caiu cerca de 10%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), pressionando empresas a reduzirem custos para permanecerem competitivas.
Impactos econômicos locais
O anúncio da JMN Mineração gerou apreensão em Piracema, Desterro de Entre Rios e em outras cidades da região, que tem como forte o ramo minerário. A perda de empregos não afeta apenas os trabalhadores diretamente ligados à empresa, mas também ameaça setores como o comércio e serviços locais, que dependem da renda gerada pela mineração.
Responsabilidade social
Em comunicado, a JMN Mineração destacou que a decisão foi tomada após exaurir todas as alternativas para evitar cortes e reafirmou seu compromisso com a transparência. A empresa iniciou um diálogo com sindicatos para garantir que os direitos trabalhistas sejam respeitados integralmente durante o processo de desligamento. Além disso, a mineradora afirmou estar comprometida com medidas de responsabilidade social, buscando minimizar os impactos sobre as comunidades afetadas.
